Se você nunca viu Homeland e começar assistir pela 4° temporada, não vai se sentir perdido. A série começou do zero, novamente. Única coisa que continua a mesma é a permanência de alguns personagens.
Homeland na sua terceira temporada tinha ficado arrastada, não lembrava em nada a série que ganhou o público e prêmios quando se iniciou. A série realmente tinha perdido um pouco da sua essência e ficou mais atrelada ao caso amoroso de Carrie e Brody. Com a morte de Brody encerrou-se um ciclo. Agora voltamos com o enredo principal, o famoso “medo” dos ataques terroristas.
É muito fácil conseguir fazer a síntese do primeiro episódio em apenas algumas frases: Carrie comandou um ataque aéreo, onde segundo Sandy existia a presença de um dos procurados da Cia Haissam Haqqani. Mas, na verdade, era um casamento, onde pessoas inocentes morreram. Essa situação custou à vida de Sandy. Bom, de forma geral, esse foi o episódio The Drone Queen. É claro que detalhes fizeram a diferença. Carrie e Quinn tornaram-se o foco principal, nada acontece sem eles. Carrie parece um pouco mais segura, controlada, mas não dá pra ter muito certeza sobre isso. Alguns personagens começam a aparecer, mas sem grandes destaques, vamos precisar de mais tempo para conhecê-los. A fotografia sempre impecável. O primeiro episódio de duas partes ficou longe de ser um bom episódio, mas também não foi ruim. Foi uma volta dentro do contexto proposto, porém muito aquém de uma volta de temporada e muito aquém da própria série.
OBS: A morte de Sandy ocorre por causa do vazamento do vídeo do casamento na hora do atentado. Creio que Aayan (o menino que filmou o vídeo) vai ganhar grande importância, pelos menos nos próximos episódios.
Na segunda parte Trylon And Perisphere, Carrie pegou trauma da sua filha, faz de tudo para não ficar com ela. Desde a temporada passada já era nítido isso, parece que ela enxerga na criança o Brody ou algo que traz a memória dele. Quem cuida da sua filha é a babá e sua irmã. Não sei dizer se é falta de jeito, aversão ou apenas um temor de ser mãe, mas a cena de Carrie mostrando para filha a casa do pai foi bonitinha. Em compensação, A cena de dela deixando sua filhinha se afogar na banheira, mesmo que por alguns segundos, foi algo cruel de se ver. Parece que quebro o encanto que nutríamos pela personagem, pode ser um exagero, mas não esperava. Menos mal que ela se arrependeu, e espero que isso seja um ensejo para ela começar a gostar da garotinha.
Saindo desse lado pessoal, Carrie quer realmente descobrir o que aconteceu Islamabad, o erro do ataque aéreo, a morte de Sandy, e, principalmente, porque a tiraram da missão. E como sempre não vai medir esforços para isso e acaba descobrindo que o diretor da CIA Lockhart é um dos responsáveis, ou melhor, tinha interesses para aquilo acontecer. Carrie faz essa descoberta com apenas um intuito, voltar para o Paquistão, pode também incluir nesse intuito ficar longe da filha.
Bom, Carrie vai voltar para o Paquistão e Saul vai ajudá-la lhe dando reforço. Já Quinn vem demonstrando um abalo emocional e decide que não quer voltar.
Aayan vai ser o ponto central o desenvolver da história, algumas coisas começam a deixar pistas disso, como por exemplo, ele escondendo uma mala com o que parece ser algum tipo de remédio e homens invadindo seu quarto e o ameaçando.
A segunda parte do episódio foi infinitamente melhor, mais ágil e com mais consistência. As tramas que estão surgindo, dá esperança que a séria vai conseguir se desenvolver bem. Subsidio para isso Homeland também, basta não se perder no meio do caminho.
Comentário: Não gosto muito de episódio duplo, fica um pouco cansativo, ainda mais quando é início de temporada. No caso de Homeland, só valeu a pena porque a segunda parte que fez o diferencial, se ficasse apenas com a primeira, seria bem decepcionante.