A vida segue.
CONTÉM SPOILERS!
6x02 – Happy Birthday, Zeek
Parenthood não é uma série que deixa verdades no ar. Praticamente cada emoção que qualquer personagem tem é expressa claramente e normalmente enquanto alguém também está falando, tornando toda a situação numa sinfonia de sentimentos. Pode ser desafiador e desanimador, mas também a arma secreta do arsenal da série, porque faz com que os momentos de silêncio tragam alívio. “Happy Birthday, Zeek” estava cheia de momentos assim. Não se trata de um episódio sobre onde todo mundo termina, mas sim de como e por que eles chegaram lá.
Quando o Zeek teve um colapso no episódio anterior, foi o começo de uma história muito maior pra toda a família Braverman, e enquanto o destino desse episódio era óbvio, os pequenos momentos ao longo dele o tornaram ótimo. O Zeek teimoso sempre recusaria a cirurgia e a família sempre o convenceria do contrário. A estória se tornou um microcosmo da dinâmica familiar entre Camille, Zeek, Adam e o Crosby, quando Camille recorreu ao Adam pra que conversasse com o pai, ao Crosby usurpar o que Adam deveria fazer, mesmo sabendo que falharia. A ideia de que o Adam e a Camille são tão parecidos quanto Zeek e Crosby é tão óbvia, em retrospecto, que eu quase que me sinto mal por não ter percebido isso antes.
Mas enquanto o Zeek estava tão inflexível e tão certo de que nada estava errado com ele – e tão certo de que o risco da cirurgia era maior que os benefícios da mesma – Parenthood tinha uma arma secreta na manga: Amber. O começo da estória do Zeek era sobre a sinfonia de sentimentos que comentei anteriormente, com o Zeek, o Crosby e o Adam expressando seus pontos de vista. Na festa do Zeek, entretanto, a sinfonia começa a perder sintonia. Primeiro com a tentativa do Adam de fazer o Zeek o ouvir, mas efetivamente com a Amber. Amber e Zeek são as armas secretas um do outro e tudo que o Zeek precisa ouvir é que Amber está grávida pra que ele mude de ideia.

Restando a história do Joel e da Júlia, que é alternadamente ótima e frustrante. Ótima porque pela primeira vez parece que a Julia tem chance de mostrar seu lado da história, mas frustrante porque ainda está incerto o que se passa na cabeça do Joel. Ele rejeitou a Júlia por um ano e agora que ela está decidida em seguir em frente, ele está interessado de novo. Ele está usando a aliança deles. Julia diz que ele destruir a família e ele só pede desculpas. As atitudes da Sydney são uma consequência da separação e eu acredito que isso os trará de volta. Ainda existe muito dessa história a ser explorado. É quase como se tivéssemos todos cercados pela destruição de uma bomba, mas completamente não vimos a explosão. E eu quero ver a explosão!
6x03 – The Waiting Room
Pra um episódio que teria tudo pra ser cheio de cenas desesperadoras, The Waiting Room foi bem cheio de esperanças. Quando Parenthood está sem eu melhor, sempre balança as história da mesma forma: criando uma tsunami em uma história que reflete em pequenas ondas nas histórias individuais de cada personagem. A cirurgia do Zeek é o coração da história dos Braverman nesse episódio, mas ele mal aparece; a história é realmente sobre a família e o que acontece enquanto estão aguardando pra descobrir o destino de Zeek.
A história do Zeek pode não ser sobre o Zeek – não mesmo – mas o Craig T. Nelson certamente atuou da forma correta pra fazer ter o significado necessário pra todos. Para o Zeek, tirar sua aliança de casamento é como se despedir da Camille e isso não é algo que ele está disposto a fazer. É como se ao tirar a aliança sua vida fosse parar nas mãos da família e depois retornasse a ele assim que ele acordou. Mas é o que acontece com a família na sala de espera uma vez que ele tirou a aliança que é onde o episódio se centra.

A Julia parece pronta pra correr de seu novo namorado pra sempre até que ele faz algo legal pra ela e ela reconsidera. O Joel e o novo namorado disseram palavras de conforto parecidas e isso pode ter confundido ela ao reconsiderar. Mas é decisão dela contar pro Joel que está saindo com alguém.
Já o Crosby passou o episódio todo em negação de que seu pai estava correndo risco de morte e só acordou quando sofreu o acidente de moto, que acabou em nada, ainda bem.
A história da Amber é desconectada do resto da família, mas fluiu bem em contraste com o drama hospitalar. A história dela é sobre muita coisa, mas principalmente sobre crescer e tomar decisões. Ela vai até Wyoming pra contar ao Ryan que vai criar seu filho sozinha, mas muda de ideia rapidamente quando Ryan recebe a notícia de que vai ser pai com entusiasmo. O Ryan sempre foi um personagem que procurou por algo que não conseguia encontrar. Talvez isso seja o que vai salvar o Ryan de um fracasso total na vida. Graças ao Drew, Amber percebeu que ela nem o bebê podem sa lvar o Ryan. Ele tem de se salvar sem ela pra que seja efetivo.
A única coisa que chateou foi o drama com a filha do Hank, Ruby. Principalmente porque estava totalmente perdido no meio do episódio. A única coisa boa foi ver como a relação do Hank com a Sarah funciona bem no dia-a-dia dos dois. De resto, todo esse plot foi desnecessário.
Audiência: o 6x02 teve 4.34 milhões de espectadores, 1.3 de rating e 4% de share. Uma redução muito pequena em relação a semana anterior. Já o 6x03 teve 4.25 milhões e o mesmo rating e share da semana anterior. Números realmente não importam muito pra NBC nessa temporada, que já foi confirmada como a última, mas é sempre bacana quando a série mantém números bons até o final.
E vocês, o que acharam dos episódios? Comentem!