Quantcast
Channel: The Series Factor
Viewing all articles
Browse latest Browse all 3203

REVIEW | Homeland: 4.11 "Krieg Nicht Lieb"

$
0
0

"Quinn... we lost"
Contémspoilers!

Em Blind Spot (1x05), um dos melhores episódios da primeira temporada, a Carrie desafia o Saul quando ele não acha que ela tem provas o suficiente de que o Brody é um agente duplo. E aí ela, brava, pergunta a ele: “quando é que você virou uma p**a, Saul?”. A Carrie da primeira temporada não via os problemas práticos da proposição dela. Ela cresceu em vários aspectos desde o começo da série, mas a mudança mais evidente é como ela se adaptou à realidade do processo de tomada de decisões conforme ela subiu na cadeia alimentar da CIA. A Carrie sempre esteve disposta a tomar decisões precipitadas e não ortodoxas, mas em Krieg Nicht Lieb (alemão para “[É] Guerra, não Amor”), ela é quem está tentando agir como voz da razão pro Quinn.

Se você se perdeu ou perdeu seu foco, tudo bem”, o Quinn disse, quando a Carrie tentou convencer ele a desistir de sua missão solo de assassinar o Haqqani. “O que você precisa fazer agora é sair do meu caminho”. Então a Carrie simplificou a mensagem: “Quinn... a gente perdeu”. O desafio que a Carrie e a CIA enfrentam é o de admitir que não podem fazer algumas coisas e que podem mudar as que eles tem capacidade. A Carrie pode destruir uma vila inteira só dando uma ordem verbal, mas às vezes, as circunstâncias não são favoráveis.

Enquanto ela é fria como chefe da missão, ela tem o coração mole. Implorou pro Quinn abandonar sua missão suicida e tentou prevenir que ele executasse o plano dele, mas quando ela viu o Haqqani a metros de distância, sendo aplaudido por ter matado o Ayan, a Farah e por ter hasteado uma bandeira do Talibã na embaixada americana, ela não se contém e tenta atirar nele ela mesma. Antes de ela puxar o gatilho, o Khan faz com que ela aborte a missão ao mostrar que o Dr. Adal está nas mãos deles.

A sequência final foi de suspense puro, especialmente porque eu tinha certeza que a bomba do Quinn ia explodir antes do Haqqani passar, matando civis e não o alvo. Mas quando a Carrie entra na multidão, fica claro que a bomba não vai ser mais usada. Porém, quando a Carrie tira sua arma e, nervosa, aponta pro Haqqani, pareceu muito que ela ia atirar nele, mesmo que estivesse cercada por soldados paquistaneses.

A revelação de o Adal estar no carro é intrigante e entender o porquê disso é difícil. Os roteiristas tiveram a missão de encontrar um ponto de equilíbrio entre o sangrento ataque terrorista à embaixada americana no episódio passado e as cenas finais da temporada na semana que vem.

O mais difícil de entender nesse episódio, é a relação do Quinn com a Carrie. Parece muito que segue um caminho para um romance, mas não parece ser muito o que ela quer. Talvez o que os conecta e a audiência não vê é que um já salvou o outro diversas vezes e como resultado, desenvolveram sentimentos maiores.

Ambos têm amor pelo trabalho, bons instintos, mas felizmente, pra CIA, os dois conseguiram ter pelo menos um sempre com a cabeça em ordem. Um sempre entende o processo de pensamento do outro e percebe quando há algo de errado.

O que não está claro é o porquê da Carrie estar fixada no assassinato do Aayan quando ela se aproxima do Haqqani com sua arma. Por que ela não está pensando na Farah também? Ou então, porque ela não mira no Haqqani pensando na morte do pai dela, sabendo que o Haqqani é a razão pra ela estar longe de casa em um momento tão importante? Eu duvido que a Carrie tenha desenvolvido sentimentos pelo Aayan, então existe mais nessa história.

Não é que a relação da Carrie com o Aayan não foi nada. Mas ela o manipulou pra conseguir o que conseguiu. A imprevisibilidade da Carrie talvez seja o motivo pra que coisas assim aconteçam. Isso dá liberdade aos roteiristas de usar a impulsividade dela como um ativo na tomada de ações.

O episódio pode estar tentando dizer outra coisa sobre a Carrie, no entanto. Ela pode ter fortes instintos maternais, mas estes inseparáveis de suas ambições profissionais e do desejo de servir ao país. A Carrie queria muito ir pros Estados Unidos ficar com sua irmã, mas decidiu ficar em Islamabad pra proteger o Quinn. Ela conduziu o Saul pras mãos inimigas pra mantê-lo vivo, mesmo com a consequência de uma troca de prisioneiros, o que convenhamos, é uma péssima ideia. Ela tem também aparentemente carregado mais culpa sobre a morte do Aayan do que ela demonstrava. Talvez o que pareça ser a indiferença da Carrie quanto à morte da Farah é na verdade uma tentativa de desviar a culpa de saber que ela não poderia ter feito nada para impedir a morte da Farah, nem tinha feito muito pra apoiar a Farah enquanto ela estava viva.

De qualquer forma, o episódio deixa Carrie e Quinn sem ação, desta vez por causa do envolvimento do Adal com o Haqqani, e esperançosamente o objetivo é montar o palco pra uma final onde eles possam recuperar a agência. É ótimo finalmente ver a Carrie admitir que nem tudo está sob o controle dela, mas Homeland entretêm mais quando ela está no controle.

Observações:
  • Não conhecemos mais o Max. Ele era introvertido e agora ganhou confiança e argumentação.
  • Na cena nos headquarters do ISI, a Tasneem e o Khan pareceram tão patriotas quanto a Carrie e o Quinn.
  • Provavelmente o Lockhart vai ser substituído, já que alguém sempre deve ser culpado por um ataque terrorista. Ainda mais em solo internacional.
  • A Carrie se preocupando e interagindo com a Frannie 

Viewing all articles
Browse latest Browse all 3203

Trending Articles