CONTÉM SPOILERS!
Uma geração batizada por Mean Girls, e, atualmente, satirizada por Scream Queens, com certeza está acostumada com o bitchy drama da vida cotidiana. Mas, o que essas obras tem em comum com How to Get Away with Murder? Ora, todas elas evidenciam o mal intrínseco das pessoas, característica que, conforme influências, pode ser enaltecida ou não com o tempo. Se observarmos tais histórias de perto, chegaremos à conclusão de que todas são guiadas por um cérebro maquiavélico, o qual gostamos de chamar de queen bee.
Contudo, a abelha rainha de uma trupe ingênua, comete seus ilícitos de acordo com suas próprias frustrações. É muito fácil controlar alguém com base na sua própria história, afinal, de que adiante sofrer sozinho, não é mesmo? Manipular um indivíduo pode parecer fácil, contudo, é mero reflexo de uma dor interna que não pode ser exteriorizada. Empurrar alguém para dentro de seu próprio buraco é a solução, e fazê-la acreditar que isso é o mais certo acaba sendo o golpe mortal.
Em "Skanks Get Shanked", How to Get Away with Murder consegue abraçar toda uma ideia de uma sociedade criada nos moldes maléficos que são sutilmente criticados por filmes e séries de televisão. Um mundo que vive à base do status consegue atrair a atenção de uma geração, a qual comete os maiores pecados e os esconde atrás de roupas de grife e sorrisos alterados com um simples clareamento dental. Porém, o episódio analisa toda a obscuridade por trás de tal mundo e denota as consequências desse universo forjado.
Utilizando do caso da semana como sustento, o roteiro consegue trabalhar, de maneira um pouco mais sórdida, todos os elementos que tornaram o Keating Five tão único desde o começo da série. A situação da ré foi primordial para caracterizar todo o universo guiado por Annalise. Contudo, percebemos que a acusada não conseguiu a redenção por cair nas próprias armadilhas e soberba. A líder das meninas malvadas desmoronou, o que assevera a tese de que os dias da advogada mais famosa da Pensilvânia estão contados.
Realmente, todo o flashforward trabalha com a possível morte de Annalise, a qual, possivelmente, tem relação com o caso Sam. A inserção de Emily Sinclair na trama surgiu para dar enfoque ao plot, e não poderia ser mais sutil. A única possibilidade que passa pela minha cabeça é essa: o embate de Emily e Annalise. Se temos toda a storyline da caça às bruxas, em alguma coisa isso dará. O interessante é perceber que tal feito ricocheteou em personagens alheios, como Asher, por exemplo, que conseguiu ser manipulado pela promotora para depor contra sua chefe.
Entretanto, o twist reside no fato de Bonnie assumir a culpa perante o crush para evitar um desastre maior. A presença de Bonnie no escritório de Annalise é muito curiosa porque lança a pergunta: quão grande é a dívida de Bonnie perante Annalise para se arriscar tão forte assim? Não sei se Asher é confiável o suficiente para receber tal notícia, afinal, não sabemos de nada pois ele nunca esteve em nada, e a lavagem cerebral feita por Emily funciona, haja vista ele estar convencido da culpa da própria chefe.
Annalise, por outro lado, é a rainha em conseguir inverter as situações e jogar sujo, virando o jogo e transformando o certo em errado. Por mais que ela não estivesse envolvida na morte de Sam de maneira direta, ela acabou por encabeçar a situação pela sua maior característica: a manipulação. Desde então, Annalise assume o seu caráter de queen bee e o exerce com grande maestria.
Mas, como disse, nem tudo é eterno. Digo isso pois Connor vem demonstrando um lado mais humano e que, com o caso da sociopata, percebeu uma ligação com a sua própria chefe. É bacana perceber que alguém está abrindo o olho e desacreditando no poder de persuasão de Annalise. Talvez esse seja o ápice do desmoronamento da advogada, o que resultará na tragédia que tanto ansiamos.
Todavia, o mais oportuno é perceber que nem todos estão dispostos à lavagem cerebral, o que demonstra, mais uma vez, a queda da rainha. Tal feito resta incontroverso no momento em que Wes esquece toda a marmelada dita por Annalise e passa a acreditar em um desconhecido para resolver o caso de Rebecca. O bom de tudo é perceber que ele confiou também em Nate para assumir a função de desmascarar Annalise, o que levanta outra dúvida: qual a real intenção dos dois? Por que eles estão juntos na noite dos tiros? As respostas logo virão, mas, até lá, temos que nos contentar com a teoria de que eles buscam a verdade, esta que pode ser maléfica à Ms. Keating.
Outra situação que se sobressair é a de Michaela. É incrível o quanto a personagem cresceu e vem se entregando ao trabalho. Entretanto, tal característica me preocupa, pois cada vez mais ela exerce um papel de Annalise reloaded. Talvez ela esteja utilizando o efeito espelho que foi retratado no caso da meninas, ou um simples exemplo, mas sabemos que Annalise não é o melhor exemplo a ser seguido. Michaela, por sua vez, acaba por exercer um papel fundamental no caso dos irmãos Hapstall por ter um quase-relacionamento com Caleb, nos mostrando que, talvez, ele não seja tão culpado assim pela morte dos pais. Resta descobrir como tudo funcionou e se isso tem alguma ligação ao caso Keating/Sinclair.
Venho salientando que Annalise exerce um poder extremo de persuasão, mas esconde um fator essencial, o do seu próprio medo. É óbvio que ela sabe que os esqueletos em seu armário podem feder mais ao passar do tempo, ainda mais depois de todos os acontecimentos mais recentes. Ocorre que ela nunca enfrentou a verdade tão cara a cara quanto agora.
A retomada do plot de Nia, esposa de Nate, foi essencial para confirmar a tese de quem manipula pode ser manipulado. Annalise provou do próprio veneno, o qual não possui um gosto muito agradável. Por mais que ela não tenha ajudado Nia a morrer, ela a matou por dentro. Qual sensação é a pior? A de se lembrar dia após dia de suas ações tão relapsas ou a de pensar que ela está, de certa forma, ajudando no conflito interno de uma mulher no leito da morte?
Com certeza os fantasmas assombram Annalise Keating, o que a torna a pessoa mais assombrada de How to Get Away with Murder. Não tem como negar: a lavagem cerebral funcionou. Todos estão alienados.

Em "Skanks Get Shanked", How to Get Away with Murder consegue abraçar toda uma ideia de uma sociedade criada nos moldes maléficos que são sutilmente criticados por filmes e séries de televisão. Um mundo que vive à base do status consegue atrair a atenção de uma geração, a qual comete os maiores pecados e os esconde atrás de roupas de grife e sorrisos alterados com um simples clareamento dental. Porém, o episódio analisa toda a obscuridade por trás de tal mundo e denota as consequências desse universo forjado.

Realmente, todo o flashforward trabalha com a possível morte de Annalise, a qual, possivelmente, tem relação com o caso Sam. A inserção de Emily Sinclair na trama surgiu para dar enfoque ao plot, e não poderia ser mais sutil. A única possibilidade que passa pela minha cabeça é essa: o embate de Emily e Annalise. Se temos toda a storyline da caça às bruxas, em alguma coisa isso dará. O interessante é perceber que tal feito ricocheteou em personagens alheios, como Asher, por exemplo, que conseguiu ser manipulado pela promotora para depor contra sua chefe.

Annalise, por outro lado, é a rainha em conseguir inverter as situações e jogar sujo, virando o jogo e transformando o certo em errado. Por mais que ela não estivesse envolvida na morte de Sam de maneira direta, ela acabou por encabeçar a situação pela sua maior característica: a manipulação. Desde então, Annalise assume o seu caráter de queen bee e o exerce com grande maestria.

Todavia, o mais oportuno é perceber que nem todos estão dispostos à lavagem cerebral, o que demonstra, mais uma vez, a queda da rainha. Tal feito resta incontroverso no momento em que Wes esquece toda a marmelada dita por Annalise e passa a acreditar em um desconhecido para resolver o caso de Rebecca. O bom de tudo é perceber que ele confiou também em Nate para assumir a função de desmascarar Annalise, o que levanta outra dúvida: qual a real intenção dos dois? Por que eles estão juntos na noite dos tiros? As respostas logo virão, mas, até lá, temos que nos contentar com a teoria de que eles buscam a verdade, esta que pode ser maléfica à Ms. Keating.

Venho salientando que Annalise exerce um poder extremo de persuasão, mas esconde um fator essencial, o do seu próprio medo. É óbvio que ela sabe que os esqueletos em seu armário podem feder mais ao passar do tempo, ainda mais depois de todos os acontecimentos mais recentes. Ocorre que ela nunca enfrentou a verdade tão cara a cara quanto agora.
A retomada do plot de Nia, esposa de Nate, foi essencial para confirmar a tese de quem manipula pode ser manipulado. Annalise provou do próprio veneno, o qual não possui um gosto muito agradável. Por mais que ela não tenha ajudado Nia a morrer, ela a matou por dentro. Qual sensação é a pior? A de se lembrar dia após dia de suas ações tão relapsas ou a de pensar que ela está, de certa forma, ajudando no conflito interno de uma mulher no leito da morte?
Com certeza os fantasmas assombram Annalise Keating, o que a torna a pessoa mais assombrada de How to Get Away with Murder. Não tem como negar: a lavagem cerebral funcionou. Todos estão alienados.
Você não pode se livrar das minhas notas:

2. Vale a pena destacar a música "Tomorrow Land (All Fall Down)" do Leon Else que embalou os últimos minutos do episódio e que resume muito bem a questão da queda da queen bee. Não deixem de ouvir!
3. Spank me, daddy! Quem te viu, quem te vê ein Michaela? rs. Gostei muito da personagem no episódio, especialmente após descobrir um pouco mais da sua história e toda a questão da adoção. É bom simpatizar cada vez mais com personagens interessantes, não é?
E vocês, o que acharam do episódio?