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REVIEW | Mad Men: 6.13 "In Care Of" [Season Finale]

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Ao que parece, o início do episódio final da season six de Mad Men, começa com uma novidade para a agência: há um indício de um novo cliente: chocolates Hershey’s.
CONTÉM SPOILERS!

Após a permissão de Joan para que Roger visite Kevin, o mesmo sente ciúme da ex-amante com Bob, quando percebe que o “rival” trouxe um presente para Kevin da viagem que fez com Peter para o trabalho com um novo cliente.

Don vai parar na cadeia por ter agredido um pastor, pois passou do limite com a bebida. Nosso publicitário percebe que está perdendo o controle, e diz a Megan que não quer mais morar em New York e deseja se mudar para a Califórnia. Megan resiste, mas no final se convence que é melhor ir com o seu marido. Don apresenta essa ideia de mudança para a Califórnia, em uma reunião com os outros sócios: Ted, Peter, Roger, Bert e Joan.

Peter recebe um telegrama dizendo, que sua mãe sofreu um acidente em um cruzeiro e caiu no mar no meio da viagem e ainda descobre que sua mãe casou com Manolo, seu enfermeiro particular, às escondidas.

Ted se declara para Peggy e diz que vai largar sua esposa, mas na manhã seguinte volta atrás e pede a Don para ir em seu lugar para a Califórnia, pois só 5000 km podem fazer com que ele recomece com sua família. Peggy se sente a pessoa mais feliz por acreditar em Ted, mas logo Ted conta a Peggy que eles não vão ficar mais juntos e a redatora chefe cai em um mar de tristeza.

Don conta a Megan que não vão mais para a Califórnia, mas não dá os motivos. Na verdade, nossa anti-herói se privou das sua necessidade de afastamento da agência e de mudança, para que na realidade Ted pudesse recomeçar com sua família.

Devido à reunião com a Hershey’s e suas últimas atitudes, os sócios da agencia decidiram que Don precisa se afastar da agencia por uns meses para se reorganizar. Ted acredita que Peggy possa ficar temporariamente no lugar de Don, enquanto ele está afastado.

Joan, finalmente, aceita que Roger esteja presente na vida de Kevin, mas não na dela, então também chama Bob Benson para passar o dia de ação de graças na sua casa.

Don leva Sally, Bobby e Gim para conhecer o lugar no qual ele cresceu e faz parte da sua história.

Análise da temporada:

Esta temporada aproveitou para aprofundar ainda mais seus personagens, como é costumeiro da série, que se foca neles acima de qualquer contexto histórico, apesar deste existir e ser devidamente bem trabalhado. O caminho trilhado aqui leva todos para a perdição. A sensação, desde o início do sexto ano, é de que os personagens estão sem rumo e que a qualquer momento podem se perder de vez, em um caminho sem volta. É claro que isso fica bem mais evidente na figura de Don Drapper (Jon Hamm).

Don bem que tentou se tornar um marido exemplar, um pai melhor, um ser humano mais decente na quinta temporada. Mas suas tentativas foram por água abaixo como esboçada pela última cena do ano passado. É da natureza de Don ser inescrupuloso. A sexta temporada é a destruição completa de Draper.

O personagem, desde o episódio um, vai se distanciando de seu casamento, de seu trabalho, de sua família. A figura do conquistador, regrado apenas pela cobiça do corpo de outra mulher, retorna. A vítima da vez é Sylvia (Linda Cardellini), vizinha do prédio de Don e Megan (Jessica Paré). Em um dos melhores episódios da temporada, “Man with a Plan”, Draper faz de Sylvia sua refém e toma atitudes controversas, até mesmo doentias, para afirmar sua dominação. A necessidade, talvez, venha devido à fusão entre as duas firmas. Com a realização desta, o poder de Don fica em cheque em seu trabalho, por isso ele necessita de alguma forma mostrar que ainda está no poder – e que as pessoas dependem dele.

A fusão, aliás, vem de forma inusitada – e é o que dá o frescor que a série precisava para continuar em alto nível. A agência em que Peggy (Elisabeth Moss) trabalha e que é gerenciada por Ted (Kevin Rahm) acaba sendo obrigada a unir forças com a de Don para conseguir ganhar a conta da Chevrolet.

Todos os personagens se mostram perdidos dentro e, principalmente, fora da agência. Apesar de ser uma das sócias da agência, Joan (Christina Hendricks) não se sente tratada como tal. Peggy, por exemplo, mesmo não sendo uma das associadas, conquistou respeito dos colegas trabalhando duro, subindo na vida através de seu trabalho e competência, diferente de Joan. Um dos episódios da temporada explora esta diferença entre as duas e a frustrada tentativa da ruiva de impor respeito e demonstrar que pode conquistar clientes sem dar seu corpo em troca.

Enquanto alguns parecem deslocados, à procura de algo que dê sentido às suas vidas, eis que surge um personagem que, pouco a pouco, vai se tornando uma espécie de Don Draper. Bob Benson (James Wolk) é um personagem misterioso e instigante. Lá no começo da temporada ele surge do nada. Alguns dizem que é do andar de cima, ou de baixo, ou de qualquer outro lugar, menos da agência. Tudo o que ele quer é ser útil de alguma forma. Quando menos se percebe, ele está escalado para participar de uma conta, sugere a ajuda de um enfermeiro conhecido para cuidar da mãe de Pete, presta serviços para Joan e por aí vai. Ele tenta agradar de todas as formas possíveis. Mas afinal de contas quem é Bob Benson? A temporada não esclarece, mas o mistério em torno dele é um dos triunfos da temporada. Pete é aquele que fica com um pé atrás e investiga o passado do sujeito, descobrindo que ele é uma farsa. A escalada ao sucesso, mas com o pretérito em segredo. Pete já passou por isso antes, lá no começo da série, com Draper. Benson deixa claro, no entanto, que sua personalidade amigável é apenas uma máscara que utiliza para chegar aonde deseja. Podemos esperar muito do personagem para a próxima temporada.

Como dito lá no início do texto, Draper está cada vez mais perdido. Há momentos específicos que mostram a fragilidade dele e seu descontrole. Uma vez ou outra, em episódios aleatórios, somos jogados para a infância de Don e descobrimos mais sobre sua infância sofrida como órfão, vivendo em um bordel. A maneira como ele é criado e tratado evidentemente reflete o seu futuro, especialmente no seu tratamento com as mulheres e seus filhos.

Mad Men culmina em um ápice que não alcançava desde a brilhante quarta temporada. Matthew Weiner demonstra estar consciente do que está fazendo e sabe aonde quer chegar com a série. Os episódios variam em estilo, a trama é perfeitamente delineada, enquanto a qualidade técnica permanece soberba. Independente do que acontecer nos próximos (e últimos) episódios, Mad Men já conquistou seu espaço como uma das melhores séries de todos os tempos – e com todos os méritos possíveis.

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