CONTÉM SPOILERS!
É incrível a habilidade que o roteiro de "Suits" tem de adentrar fundo nas histórias de seus personagens. Estamos cansados de assistir séries que tratam seus principais de maneiras superficiais. Nesta trama jurídica que tinha tudo para focar apenas no Direito, isso não ocorre. A justiça está lá, mas sendo usada como um pratinho de bolo.
A terceira temporada já está mostrando a cada episódio diversos sentimentos. Em"Conflict Of Interest" o ego foi o elemento principal. Desde que Jessica Pearson decidiu concretizar a fusão com Edward Darby, vimos que a estrutura da firma se abalou. De fato, estávamos em uma maré brava prestes a embarcar em uma navio onde não conhecíamos o capitão. É arriscado buscar novas saídas, e desde cedo Harvey Specter lutou contra isso. O personagem, assim como qualquer outra pessoa ambiciosa, busca os seus próprios valores e vitórias. Harvey pode parecer egoísta aos olhos de quem vê, mas engana-se quem acha isso. Ao meu ver, Harvey apenas está tentando salvar a sua pele, uma vez que tem certeza de que Jessica entrou em desespero e ainda não sabe disso.
Tal característica ficou clara na sequência de fatos do caso Ava. Confesso que me perdi um pouco em meio a tantos acontecimentos e puxações de tapete, mas pude perceber que a história foi muito bem elaborada, digna da série. Ava quis dar uma declaração que poderia lhe prejudicar ainda mais, podendo sofrer grandes consequências como ser retirada de seu próprio negócio. É aí que temos o embate Litt/Specter.
Sabe-se que o sonho de Louis é ter o reconhecimento necessário dentro da firma, e com as ideias arriscadas ele conseguiu captar o foco de Jessica. Acho incrível a evolução de Louis Litt na tela. De um personagem intolerante, ele se tornou o alívio da série. Todavia, após os acontecimentos recentes, ele quer o seu espaço, e até mesmo uma vingança pessoal de Harvey, e conseguiu uma brecha ao ficar do lado de Jessica, que não quer perder a pose.
O modo com que Jessica leva a sua "ganância" na nova temporada extrapola os limites reconhecidos. A poderosa advogada pisou firme, mostrou sua onipresença e voou até Toronto para tentar convencer Darby de fazer o que era certo. O que ela não sabe é que seu companheiro de negócios é raposa velha, e que já está pensando à frente. Se ele discorda dos planos de Jessica que consistiam em afastar Harvey e Ava da jogada, não tem quem mude essa ideia. É por tal razão que Jessica vem ganhando o meu desrespeito. Ultimamente o seu ego grita, uma vez que não foi cem por cento eficaz nas batalhas vistas na temporada passada e agora tentar juntar os seus caquinhos. Para completar, ela ainda deve se sentir ameaçada, principalmente por Harvey e Mike, que conseguem ser duplamente melhores no pensamento que ela. Jessica anda variando, e isso não é bom para uma mulher como ela.
Em meio a tanta confusão, temos Mike que consegue se sobressair a cada cena. Sabendo que pisou na bola, o garoto voltou a ser o golden boy de Harvey, e vem fazendo um excelente trabalho. A química que a dupla tem em cena é extremamente atrativa, sendo um dos fatores que me fazem adorar cada vez mais "Suits". Mas com o caso Ava em jogo, podemos ver mais das iniciativas de Mike e como ele vem aprendendo o seu mais torto Direito.
Se Harvey e Louis possuem um atrito, é claro que o degrau mais baixo também lutaria, e mesmo com referências à "The Wire" e "The Sopranos", percebemos o inicio de uma relação entre o personagem e sua arqui-inimiga, Katrina. É bom ver que Mike Ross consegue ser aproveitável em todos os núcleos, assim como Donna é, e neste episódio isso ficou explícito. Se essa relação do mesmo com Katrina consegue ganhar forma, porque algo a mais não rolaria? Depois do depoimento que Mike conseguiu, juntamente com Harvey que "prova" a inocência de Ava, é possível ver que o time rival entende do assunto também. Agora o que me preocupa é: será que não é o ego e o interesse de Ava falando mais alto? Se ela não tiver uma saída a não ser a melancolia, ela pode afundar até mesmo o seu time de advogados.
Demoramos para ver Rachel e Mike engrenarem, e finalmente isso saiu do "quase". O casal vem funcionando muito bem, mas agora com a loira em jogo parabenizando Mike Ross, isso pode sair um pouco do controle. Seria uma pena se Katrina usasse das suas irmãs vilãs do passado e de outras séries (porque essa mulher gosta de ser bitch), sabemos que bombas virão para o nosso casalzinho, e não terá I love you nenhum que poderá sustentar alguma maldade dessa.
Por falar em casal, Donna teve um alívio no episódio mas ainda se manteve como uma das melhores esferas de "Suits". De fato, a dupla dinâmica que ela forma com Rachel é um dos maiores encantos desta terceira temporada, e agora com o Harvey britânico em jogo, tudo ainda fica mais perigoso para a secretária mais eficiente do mundo das séries.
Mas Donna já percebeu que está pisando fora da linha no momento em que esqueceu de seu Harvey original. Se os seus planos de sedução e vestidos conquistaram Stephen, eles não serão suficientes para apagar qualquer erro que ela possa a vir cometer com Harvey mais uma vez. Harvey Specter começou a mostrar o seu descontrole, e sua parceira não pode errar em uma hora como essas, e isso provavelmente acontecerá. É Donna, não se engane com um bootycall inglês...
Com a carga total, "Suits" faz mais um excelente episódio, como de praxe. Utilizando de elementos rápidos e dinâmicos, podemos nos perder em certas ocasiões, mas "Suits" não se preocupa em nos deixar em dia com seus problemas jurídicos, e sim com as suas histórias pessoais. É por isso que a série está, mais uma vez, de parabéns.
P.S.: A trilha sonora continua impecável como de costume. Desta vez pudemos curtir o episódio com "Would That Not Be Nice" do Divine Fits e "Hard To Find" do The National, entre diversas outras trilhas.
P.S.²: Quem mais adorou o Mike fingindo um sotaque britânico?
P.S.³: Cena inicial comparando as corridas de Louis e Harvey foi impagável.

Tal característica ficou clara na sequência de fatos do caso Ava. Confesso que me perdi um pouco em meio a tantos acontecimentos e puxações de tapete, mas pude perceber que a história foi muito bem elaborada, digna da série. Ava quis dar uma declaração que poderia lhe prejudicar ainda mais, podendo sofrer grandes consequências como ser retirada de seu próprio negócio. É aí que temos o embate Litt/Specter.

O modo com que Jessica leva a sua "ganância" na nova temporada extrapola os limites reconhecidos. A poderosa advogada pisou firme, mostrou sua onipresença e voou até Toronto para tentar convencer Darby de fazer o que era certo. O que ela não sabe é que seu companheiro de negócios é raposa velha, e que já está pensando à frente. Se ele discorda dos planos de Jessica que consistiam em afastar Harvey e Ava da jogada, não tem quem mude essa ideia. É por tal razão que Jessica vem ganhando o meu desrespeito. Ultimamente o seu ego grita, uma vez que não foi cem por cento eficaz nas batalhas vistas na temporada passada e agora tentar juntar os seus caquinhos. Para completar, ela ainda deve se sentir ameaçada, principalmente por Harvey e Mike, que conseguem ser duplamente melhores no pensamento que ela. Jessica anda variando, e isso não é bom para uma mulher como ela.

Se Harvey e Louis possuem um atrito, é claro que o degrau mais baixo também lutaria, e mesmo com referências à "The Wire" e "The Sopranos", percebemos o inicio de uma relação entre o personagem e sua arqui-inimiga, Katrina. É bom ver que Mike Ross consegue ser aproveitável em todos os núcleos, assim como Donna é, e neste episódio isso ficou explícito. Se essa relação do mesmo com Katrina consegue ganhar forma, porque algo a mais não rolaria? Depois do depoimento que Mike conseguiu, juntamente com Harvey que "prova" a inocência de Ava, é possível ver que o time rival entende do assunto também. Agora o que me preocupa é: será que não é o ego e o interesse de Ava falando mais alto? Se ela não tiver uma saída a não ser a melancolia, ela pode afundar até mesmo o seu time de advogados.
Demoramos para ver Rachel e Mike engrenarem, e finalmente isso saiu do "quase". O casal vem funcionando muito bem, mas agora com a loira em jogo parabenizando Mike Ross, isso pode sair um pouco do controle. Seria uma pena se Katrina usasse das suas irmãs vilãs do passado e de outras séries (porque essa mulher gosta de ser bitch), sabemos que bombas virão para o nosso casalzinho, e não terá I love you nenhum que poderá sustentar alguma maldade dessa.

Mas Donna já percebeu que está pisando fora da linha no momento em que esqueceu de seu Harvey original. Se os seus planos de sedução e vestidos conquistaram Stephen, eles não serão suficientes para apagar qualquer erro que ela possa a vir cometer com Harvey mais uma vez. Harvey Specter começou a mostrar o seu descontrole, e sua parceira não pode errar em uma hora como essas, e isso provavelmente acontecerá. É Donna, não se engane com um bootycall inglês...
Com a carga total, "Suits" faz mais um excelente episódio, como de praxe. Utilizando de elementos rápidos e dinâmicos, podemos nos perder em certas ocasiões, mas "Suits" não se preocupa em nos deixar em dia com seus problemas jurídicos, e sim com as suas histórias pessoais. É por isso que a série está, mais uma vez, de parabéns.
P.S.: A trilha sonora continua impecável como de costume. Desta vez pudemos curtir o episódio com "Would That Not Be Nice" do Divine Fits e "Hard To Find" do The National, entre diversas outras trilhas.
P.S.²: Quem mais adorou o Mike fingindo um sotaque britânico?
P.S.³: Cena inicial comparando as corridas de Louis e Harvey foi impagável.
E vocês, o que acharam do episódio?