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REVIEW | Glee: 5.01 "Love, Love, Love" [Season Premiere]

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O verdadeiro espírito de "Glee". 
CONTÉM SPOILERS!

Após um conturbado hiatus, "Glee" teve a missão de se reinventar. Tudo bem, a série consegue ir e voltar dentro dos próprios arcos quase sempre, mas agora temos um obstáculo. Com o roteiro modificado às pressas, a série tentou usar dos Beatles como um artifício para mascarar a sua tão difícil premiere. Aos trancos e barrancos, "Love, Love, Love" conseguiu passar a verdadeira mensagem que a série sempre trabalha em cima.

De fato, não esperava um retorno primordial. As minhas expectativas estavam baixas, devido aos acontecimentos recentes, e imaginei que teríamos um roteiro apurado e sem muita profundidade. Quando descobri que os dois primeiros episódios da temporada seriam um tributo aos Beatles, logo imaginei que esta seria uma tática para ajudar a série em seu luto pessoal. Digo isso pois os tributos da série não focam em uma história geral, apenas a pincela. Aqui não foi muito diferente, e acredito que essa tática de correr pelos plots para nos fornecer um início satisfatória foi mais que válida. Ryan Murphy tem a difícil missão de conseguir contornar a história da série neste quinto ano, e logo de cara não poderíamos ser chocados com informações demasiadas.

Não sou o maior fã dos Beatles, mas admiro o grande trabalho que esses meninos fizeram, tanto que são reconhecidos até hoje. Duvido que exista alguém que não conheça e não se emocione com alguma canção deles. "Glee" precisava de um tributo aos garotos de Liverpool, uma vez que havia homenageado tantos outros grandes artistas, e nada melhor do que celebrar estes quatro rapazes em uma dose cavalar que só "Glee" consegue fazer.

Interessante é perceber que a sintonia dos Beatles sempre se focou no amor, seja o fraternal, de pessoas, ou o amor próprio, e isso estava explícito neste episódio. Tudo foi trabalhado, mas ao mesmo tempo percebíamos que "Love, Love, Love" servia apenas como um prefácio para o resto da temporada. Digo isto pois temos Rachel como a prova viva. Ao seguir seus sonhos como a Funny Girl, Rachel tem que amadurecer e conquistar o seu companheiro de cena, interpretado por Ioan Gruffudd (Ringer), e seu diretor de cena, interpretado por Peter Facinelli (Nurse Jackie).

Rachel ainda não é Fanny Brice, e aqui ela aprende que nem tudo vem de mãos beijadas. Essa evolução de Rachel Berry é o que me conforta nesta quinta temporada. De cara já temos ela se virando ao trabalhar na lanchonete com Santana, e tendo que dar um duro danado para conseguir o seu próprio sucesso, provar do seu amor ao próximo. Seja cantando "Yesterday", ou até mesmo "A Hard's Day Night", Rachel tenta provar o seu verdadeiro espírito.

E o que seria de "Glee" sem os casais? Aqui não tivemos todos muito elaborados, e sim fomos moldados pelos já existentes. Na temporada anterior, a chama entre Kitty e Artie estava surgindo, e seria óbvio que o novo ano trabalharia em cima disso. O modo como isso foi levado pôde parecer um pouco clichê, mas não era a hora de elaborar algo magnífico.

Ver que a garota não está oficialmente com o garoto por vergonha é o que vemos em todas as séries teen, mas "Glee" consegue usar do seu espírito loser para transformar isso em algo natural. Além disso, toda essa trama em que o casal se encontrou, coube direitinho no plot Beatle que o episódio tentou nos mostrar, provando que o amor supera barreiras, e não tem nenhuma Bree bitch cheerleader que estrague isso... Até o momento.

A trama foi importante para mostrar a compaixão mútua entre os membros do coral, principalmente para Tina, que tenta consertar os problemas alheios mas esquece dos seus próprios problemas. Foi ótimo ver Blaine, Ryder, Sam e Jake ajudando-a a sair do próprio luto, uma vez que a personagem só vem sofrendo durante o decorrer da série. Agora é esperar a segunda parte do tributo para ver nas consequências disso.

Por falar em consequências, a história do noivado de Blaine e Kurt ainda está em pé. Não gosto muito do casal, e para quem acompanhou as minhas reviews da quarta temporada sabe disso. Contudo, venho criando certa simpatia pelos dois, e perceber que o roteiro trabalha em cima de Klaine em um momento oportuno, uma vez que a sociedade americana está superando as barreiras ao legalizarem casamentos homossexuais. Além disso, o tema Beatles foi importantíssimo para o episódio que focou no casal, pois com grandes performances tivemos grandes momentos, como Blaine pedindo ajuda aos corais rivais cantando "Help!". É legal ver que, por mais que haja essa história de uma possível inimizade entre os glees alheios, quando falamos de amor, tudo isso fica para trás.

Mas há o impasse. Concordo ao pensar que talvez eles sejam muito jovens para seguirem em frente com uma ideia maluca de casamento, mas o discurso de Burt foi ótimo para nos situar. Se estamos com a pessoa certa, não devemos atrasar nossos sentimentos. Aqui já sinto uma prévia do que será o terceiro episódio da temporada, e isso só me faz perceber que "Glee" consegue medir seus esforços para transformar tudo em algo harmonioso e espiritual. E o que falar do pedido de casamento? Foi uma das coisas mais legais, pois uniu as fronteiras que a série sempre separou, além de trazer personagens antigos, tanto que gerou em aceitação. E eu achando que era capaz do Kurt dizer não. Talvez tivemos com "All You Need is Love" uma das melhores performances da série até o momento.

Por fim, mas não menos importante, o reinado de Sue. Gosto que a série dosa a comédia com o drama, e a ex-treinadora é a responsável por isso. Para se vingar de tudo e todos, o seu bitch project funcionou. Ela botou Figgins para correr, ou melhor, limpar os chãos do McKinley, enquanto ela governa toda a escola na sala do Diretor, pronta para chamar Becky à função de Beckytária. E o que dizer da maldade dela ao sujar todo o trabalho que Figgins teve ao limpar e encerar os corredores? Eu amo essa mulher!

"Glee", mesmo com uma premiere não muito pretensiosa, consegue mostrar que ainda tem a sua essência, e que a temporada trabalhará em cima disso, das suas qualidades. Não foi o melhor episódio, mas com certeza nos serviu de prévia para os próximos episódios.

E vocês, o que acharam do episódio?

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