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REVIEW | Person Of Interest: 3.10 "The Devil's Share"

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Antes de embarcar em uma vingança, cave duas covas.
CONTÉM SPOILERS!

A trilogia de episódios de Person Of Interest começou de forma incrível com "Endgame". Era o tão esperado fim da HR que se aproximava, mas, com o fim da organização criminosa, a morte de um personagem querido também estava mais perto. Todos apostavam as fichas em Fusco, até que em "The Crossing" Carter finalmente derrubou a HR, entretanto, com um preço altíssimo: a sua própria vida.

"The Devil's Share" veio pra encerrar essa trilogia, mas não apenas isso. O episódio dessa semana também mostrou as reações das pessoas após a morte da Carter. Todos queriam vingança, mas a vingança poderia ser - e quase foi - fatal à Reese. E, com o objetivo de deter Reese de matar Simmons e acabar sacrificando a própria vida para o fazer, o episódio foi fluindo.

O motivo do episódio ter fluído tão bem foi o motivo que justificava as ações dos personagens. De certa forma, todos queríamos nos vingar de Simmons, todos queríamos vê-lo morto. Tudo isso pelo simples fato de que amávamos Carter. O laço que criamos com a Detetive era muito forte, é impossível de simplesmente se sentir bem com o que aconteceu. A série utilizou muito bem esse recurso e fez com que isso afetasse diretamente este episódio, dando a ele uma carga emocional maior.

Essa carga emocional somada ao melancólico começo ao som de Hurt, de Johnny Cash, fez com que "The Devil's Share" fosse um dos episódios mais tristes de Person Of Interest. Desde o começo com a cena mostrando o eletrocardiograma de Reese, até a cena onde o mesmo começa a procura por Simmons foi uma sequência muito interessante de se acompanhar. Passando pelo funeral, onde vimos a reação do ex-marido e do filho de Carter, e também pela Shaw querendo informações sobre a localização de Simmons, tudo funcionou perfeitamente enquanto a música tocava.

Não bastasse esse começo emocionante - que substituiu a abertura usual da série -, o episódio também teve muito da ação que a série se caracterizou no decorrer de sua exibição. A invasão ao esconderijo onde FBI escondia Alonzo, tanto por Reese quanto pelo grupo, foi uma ótima sequência. Com muitos tiros e direito a uma Root sagaz como sempre e duas armas, provando que Shaw estava enganada. Duas armas ao mesmo tempo, nas mãos de Root, não é nem um pouco brega.

Somando mais ainda aos momentos badass do episódio, tivemos Fusco, não só dando uma surra épica em Simmons, como também uma bela lição de moral. Antecedida pelo flashback em que Lionel falava sobre "the Devil's share" que dá o nome ao episódio, a cena foi bem intensa. O interessante foi que as intenções de Lionel permaneceram em segredo até o momento em que o mesmo anuncia a prisão do último remanescente da HR.

O episódio também deu muito espaço para ótimas atuações, em especial ao Jim Caviezel que interpretou um Reese movido pela vingança impecável. Dava pra sentir a dor, tanto física, quanto psicológica que o personagem sentia. O ótimo roteiro do episódio escrito por Jonathan Nolan e Amanda Segel também deram espaço a muitas frases marcantes. Os diálogos da série, ora sutis, ora mais escancarados realmente fizeram a diferença.

E, no fim das contas, o velho ditado valeu. Simmons foi atrás de Carter procurando vingança e, como reação para sua ação, o policial corrupto recebeu uma visitinha do vilão mais amado de Person Of Interest e que agora é mais amado ainda. Elias apareceu por pouco menos de dois minutos e mesmo assim teve uma de suas melhores participações. Quantas séries podem dizer que o vilão da série foi o responsável por vingar a morte de um dos protagonistas? E não apenas esse fato, isso aconteceu de uma maneira convincente. Elias realmente tinha motivos para gostar de Carter. Como se a minha adoração por Elias não fosse suficiente, o outlier marcou mais alguns pontinhos com os irrelevants.

Tudo o que foi mencionado na review já teria sido o suficiente para ter um ótimo episódio, a série nos presenteou ótimos flashbacks. Mas não apenas de um dos personagens. Pela primeira vez na série, tivemos flashbacks de quatro personagens diferentes. Todos mostrando um pouco do passado dos personagens e uma pequena ligação com o episódio da semana. A culpa de sobrevivente de Harold, a insensibilidade (quebrada durante o episódio) de Sameen/Samantha, os ossos do ofício de John e, por fim, a parte pertencente ao diabo de Lionel, capaz de matar sem sentir remorso.

Notes of Interest


1 - A decisão da Root de ficar foi uma agradável surpresa. Boas histórias podem sair dai.

2 - Finch tinha razão, ao final das contas, a Machine realmente queria a Root próxima a eles.
3 - A música de abertura do episódio é "Hurt", uma das últimas gravadas por Johnny Cash.
4 - A música que toca durante o tiroteio entre Reese e os agentes do FBI é "Miami Showdown", do Digitalism.
5 - A música que encerrou o episódio é "Colour In Your Hands" do D. L. i. d.
6 - Diferente dos anos anteriores, a primeira parte da temporada terá 11 episódios, ao invés de 10, ou seja, ainda teremos mais um episódio nesse ano indo ao ar dia 17 de Dezembro.
7 - Enrico Colantoni (Elias) e David Valcin (Scarface) não foram creditados.

E vocês, o que acharam da conclusão da trilogia?

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