Nunca houve apenas uma.
CONTÉM SPOILERS!
O ano fantástico de Person Of Interest - indo do nem tão despretensioso "2πR, chegando até este Mid-Season Finale - acabou do melhor jeito possível. Uma ótima sequência de episódios e um cliffhanger que vai deixar os fãs da série apreensivos até "Aletheia", o próximo episódio. Felizmente, a espera não será tão longa, já que a série volta ainda na primeira semana de janeiro, no dia 7. Mais do que simplesmente encerrar o melhor ano da série, o episódio dessa semana também encerrou a primeira parte do que, até aqui, é a melhor temporada da série.
Ainda não caiu a ficha que Carter morreu. Senti muita falta da detetive nesse episódio e sempre me pegava esperando pela aparição dela para, então, lembrar a dura e difícil realidade. Porém, já nesse episódio já foi possível perceber as vantagens de sua ausência. O tempo em tela voltou a ficar bem dividido, assim como a importância desse tempo. É muito mais fácil de lidar com 4 personagens principais do que 5. Fusco foi muito útil nesse episódio, pois mostrou que eu e Reese estamos em situações parecidas: ainda não caiu a ficha.
Seguindo em frente, vamos focar um pouco no episódio propriamente dito. Escrito por Erik Mountain ("Dead Reckoning", "Trojan Horse", "Many Happy Returns" e alguns outros), o episódio mostrou a Team Machine lidando com a ausência de Reese, que precisou de um tempo para si, enquanto recebeu o número de um homem que já estava pra morrer. A direção de Richard J. Lewis ("The Contingency", "Ghosts" e ambos season finales) foi precisa, sabendo exatamente repassar ao telespectador o sofrimento que todos sentiam, cada um de sua maneira.
O episódio também conteve flashbacks da infância/adolescência de Harold, época em que o mesmo morava Lassiter, Iowa. Além de revelar um pouco mais da identidade de Harold, os flashbacks não só explicaram as motivações dele para virar um hacks, como também fez uma ligação entre o caso da semana através da doença cerebral que, assim como Arthur, o pai de Finch também possuía. Aos poucos vamos preenchendo os buracos nas vidas passadas de nossos personagens principais para, quem sabe, um dia descobrir a verdadeira identidade dos mesmos.
O caso da semana foi muito mais que simplesmente o caso da semana. Pelo que já foi divulgado, salvar Arthur será também o objetivo do primeiro episódio de 2014. E, fazendo o que faz de melhor, a série fez uma salada de plots e Arthur Claypool foi o tempero principal. A ligação entre Control e a Revolução Americana foi feita de maneira tão sutil que até ficarem sozinhos no esconderijo, não suspeitei de nada. E o episódio foi conduzido tão bem que a pequena participação de Collier foi marcante.
O episódio foi extremamente tenso e com muitas reviravoltas e novos espaços para novas histórias, mesmo com a salada de plot. Uma prova disso é que a identidade de Control/Ma'am foi revelada e essa não é a revelação mais bombástica do episódio. A bomba do episódio foi que a Machine tem uma irmã! Sim, Machine não é a única IA a prevenir futuros atos de terror. Bem, ainda não há nada confirmado, já que isso é só um rumor que a Control acredita. Mas não só Control acredita, a própria Machine considerou as chances da existência de sua irmã e foi além. A Machine já começou a calcular as probabilidades de haver um conflito entre ambas. O resultado foi algo acima de 6,50% e estava subindo quando o episódio se encerrou.
O cliffhanger do episódio ficou por conta da invasão ao esconderijo e o reencontro entre a ex-organização de Shaw e o Tem Machine. Segunda a Machine, Finch tem 43,68% de chances de morrer, enquanto Shaw tem 84,98, Claypool 46,11, Hersh 26,50 e Control 11,58%. Inclusive, a Machine foi responsável por dar uma dica importante do plot twist que estava por vir. Quando está saindo do elevador, durante a fuga do hospital, o quadrado que cerca o rosto "Diane"é um quadradinho vermelho. Mesmo que tenha sido por uma pequena quantidade de tempo, os telespectadores mais atentos pegaram (eu não).
Enquanto isso, no Colorado, Fusco tentava conversar com Reese e tentar ajudar o Homem de Terno. A pequena conversa levou para um bom momento de pancadaria entre os dois. Devo dizer que Fusco me impressionou, novamente. Lionel tem sido extremamente badass nos últimos episódios. Em "The Crossing" ele se desamarrou e venceu seu sequestrador, já em "The Devil's Share" ele derrotou Simmons. Claro que não deu pra ele contra Reese, mas ele durou (e bateu) mais do que eu esperava. Um bom prêmio de consolação.
O episódio continuou lidando com luto, dessa vez não sendo o tema central do episódio, como em seu antecessor. Enquanto Finch tinha dificuldades em aceitar um novo número, Reese desistiu de tudo e perdeu a motivação para ajudar Finch. Todos continuam sofrendo, da sua maneira. O episódio, alternando entre tenso e intenso, fechou o ano com chave de ouro e deixou boas expectativas para 2014.
"There was a second Machine, and Arthur built it." (Há uma segunda Machine, e Arthur a construiu) - Finch
Notes Of Interest:
1 - No fim do episódio, enquanto tentava prever os acontecimentos do encontro entre Control e o Team Machine, a Machine revelou que Sameen Shaw e Robert Hersh são pseudônimos. O que leva muitas perguntas. Por que Shaw já tinha um nome falso mesmo quando criança? Isso tem relação com o "acidente" de seu pai?
2 - Lethe (Lete, em português) é, na mitologia grega, é um dos rios do Hades. Aqueles que bebessem ou até mesmo tocassem na sua água experimentariam o completo esquecimento. Lete é também uma das náiades, filha da deusa Eris, senhora da discórdia, irmã de Algos, Limos, Horcus e Ponos.
3 - Já que Finch não quis atender, Root recebeu o número da semana. Como será que ela se comunicou com a Machine?
4 - Seja lá como Machine e Root têm se comunicado, a Machine tentou comunicar Root, como visto quando tentava prever o que estava pra acontecer. No canto inferior direito da tela é possível ver que a Machine estava repassando uma missão a sua Interface Análoga, Root.
E vocês, o que acharam desse Mid-Season Finale? Achou que fez jus ao ótimo ano da série? Ansioso pelo próximo episódio?