Entre altos e baixos, a desincronia dos episódios de Almost Human tenta se ordenar.
CUIDADO, SPOILERS!
Bom, pessoal. Como a Nicole não teve como fazer a review dos últimos episódios de Almost Human, eu fiquei encarregado de fazer isso. É apenas por essa semana. Vamos à review!
Almost Human me preocupa muito às vezes. É o tipo de série que eu não deixo de assistir, até mesmo porque pra qualquer fã de ficção científica, os efeitos especiais da Fox são um prato cheio. Mas como eu ia dizendo, os episódios estarem fora de ordem preocupa muito. O décimo episódio, por exemplo, na verdade foi o quarto a ser produzido. É imperceptível essa incoerência na ordem porque os episódios não são interligados. E onze episódios sem nenhuma conexão é o que preocupa.

A essa altura do campeonato, comparações entre Almost Human e Fringe não ajudam. São séries diferentes, com propósitos diferentes. Mas boa parte do time de criação de Fringe foi pra Almost Human e isso reflete muito na forma como a série está sendo construída. A exemplo, Perception conseguiu finalmente mostrar um caso sólido e abordar algo significativo na vida de um dos personagens, no caso, o John. O único episódio de AH que havia feito isso foi Skin, lá no começo da temporada.
Considerações à parte, o décimo episódio mostrou um caso em que alguns adolescentes super inteligentes morreram de overdose de uma misteriosa droga. E em poucas cenas já deu pra perceber que o episódio veio pra cumprir com a proposta da série: mostrar uma série de eventos estranhos no começo, introduzir informação relevante e útil sobre o universo da série, criar oportunidades pra mostrar a tecnologia do futuro e ao final largar algumas cenas emocionais.
A maioria do que ocorreu pareceu proposital e considerado. Eu particularmente gostei muito da forma como a série mostrou as crianças “chromes”, e como sua mutação genética afeta suas interações sociais. O mais importante foi mostrar que a Valerie é uma chrome. E eu também gosto muito que a série não mostra um futuro totalmente desconhecido. Afinal de contas, o mundo não mudou tudo desde 1975, então por que seria tão diferente assim em 2048?
Ao final do episódio, foi apresentado o que vinham falando e mostrando desde o começo: o muro. Achei muito interessante a série abordar sua própria mitologia. Era isso que talvez estivesse faltando.
Partindo pro episódio dessa semana, “Disrupt”, Almost Human voltou a falhar. Foi a primeira vez que pareceu claro o fato da série estar fora de ordem. Toda uma preocupação ao final do episódio anterior com o “muro” foi por água abaixo, e este nem se quer foi mencionado.
O caso em si foi até que bacana. A cena do homicídio do casal pelo mordomo digital daria um filme de terror e abordar o quão forte e significativa pode ser a vida virtual também é um ótimo tópico. Uma coisa que a série fez nesse episódio foi unir a equipe de Almost Human. Enquanto na maioria dos episódios, Dorian e John estão sozinhos, nesse Valerie e o Rom se juntaram. E talvez seja isso que esteja faltando na série: um trabalho em equipe.
Na minha opinião, o que estragou com o episódio foi a falta de propósito dada às tais memórias que o Dorian anda tendo. É previsível demais imaginar que ele venha a apresentar os defeitos que a linha de DNRs teve. Obviamente aquilo foi uma memória colocada nele. E colocada por uma razão ainda desconhecida. Razão esta, que só agregará para a série se for algo realmente grande e muito significativo. E eu não vejo isso acontecendo.
Com apenas dois episódios restantes, só basta torcer pra que estes façam a diferença e criem um motivo além da audiência pra série ser renovada.
Gostaram dos episódios? Comentem!