Seja muito bem-vinda à minha watchlist, Gotham!
Cuidado, spoilers!
Nem posso acreditar que a espera acabou. Desde que era pequena, Batman foi meu herói preferido - e até hoje é aquele que mais gosto no Universo da DC -. Lembro de várias e várias vezes em que assisti os desenhos acompanhada do meu pai. E se tem uma coisa de que me arrependo é de não ter lido nenhum HQ do Morcegão. Vocês sabem, lá nos anos 90, os pais de meninas não compravam HQs de heróis para as filhas, uma pena aliás, mas enfim, assisti todas - ou quase todas - as adaptações do Homem Morcego para a TV e Cinema. Então, imaginem vocês que estou surtada desde que foi anunciada pela FOX a produção da série que contaria a história da cidade de Bruce Wayne, focando em James Gordon, apresentando para nós personagens dos quais já estamos íntimos no universo de Batman, além de não se limitar e trazer novas carinhas para a cidade.

Confesso que sou putinha de Ben McKenzie desde os tempos em que ele era um adolescente perdido lá em The O.C., mas aqui, Ben mostrou o quanto evoluiu em suas expressões faciais e sua capacidade de atuar. Não que eu achasse ele ruim, mas vocês sabem que em série teen, os padrões não são tão exigentes quanto em séries procedurais, por exemplo. Aqui, Ben nos dá a oportunidade de conhecer o detetive James Gordon, recém chegado na Gotham PD. Com seu bom caráter, ele se vê em diversas situações em que sua conduta e moral são testadas. Acho sempre interessante essa história de questionar os limites de cada um em séries policiais, porque sempre me fazem questionar a mim mesma. Até onde cada um de nós iria em nome da justiça e da honra? Será que é melhor ser bem aceito do que agir conforme uma criação de bom caráter?

Fish Mooney era uma grande questão para os fãs das HQs, uma vez que a personagem foi criada especificamente para a série. Se antes tínhamos receios sobre sua inclusão, após esse piloto, Jada Pinkett Smith mostrou que não a personagem não está ali apenas para tapar algum possível buraco. Mooney me lembrou daqueles filmes sobre os anos 1920 lá nos EUA, com toda a ideia da Lei Seca e a criminalidade rolando solta pelas cidades. O fato de ser ela uma mulher no comando dessa pequena máfia deixa tudo mais interessante, porque quando mulheres são criminosas, acredito que as motivações para suas ações são interessantíssimas, além de chegarem a ser descontroladas em alguns pontos, o que dará para a série uma grande movimentação. Fora que o fato de ela e Bullock flertarem o tempo todo, pode acabar interferindo na vida de Gordon de alguma forma mais, e é exatamente nisso que estou colocando minhas fichas.
Nessa pequena análise dos personagens, devo dizer que aquele que mais me chamou atenção foi - obviamente - Oswald Cobblepot. Acredito ter sido impossível assistir esse piloto e não se envolver em toda a história do Pinguim. Confesso que ele é meu segundo vilão favorito (porque sim, sou clichê e adoro as piadinhas do Coringa desde sempre). Acredito ter gostado tanto do Pinguim graças a Danny DeVitto lá em Batman - Returns, que deu todo um ar gracioso ao personagem, E, tendo esse como ponto de referencial, devo acrescentar elogios à pessoa de Robin Lord Taylor por conseguir entrar na mesma aura excêntrica que DeVitto, lá em 1992, nos deu. A atuação do Sr. Taylor foi simplesmente impecável, arrancando, inclusive, lágrimas dessa humilde reviewer que vos escreve.
Como eu disse, acho impossível alguém não ter simpatizado com o pequeno Oswald e sentido até dó do personagem. Foi nesse momento que eu entendi qual era o propósito de a série nos trazer alguns dos mais conhecidos vilões do universo de Batman. Com a história de Oswald, temos uma explicação possível para sua escolha de vida de crimes. O bullying praticado com o moço esquisito desde sempre unido ao fato de que ele era uma espécie de delator da criminalidade de Fish Mooney, nos deram uma ideia de como a cabeça de Oswald ficou perturbada. Obviamente, odiei ainda mais a tal chefe da máfia de Gotham por ter batido numa pessoa tão fragilmente desestabilizada como Oswald, mas não poderia esperar diferente daquela que promete ser a grande vilã da temporada.
Não poderia deixar de comentar sobre o menino Bruce Wayne. Apesar de pouco ter aparecido, David Mazouz conseguiu me convencer a ser o início da evolução do Morcegão. Tudo bem que eu já tinha uma certa afeição pelo menino surdo-mudo de Touch, mas David cresceu e acredito que terá mais chances de provar seu talento. É claro que para uma criança/ pré-adolescente, isso não é tão fácil, mas tenho fé no menino e torço por ele.

Devo acrescentar que as duas únicas cenas de Bruce Wayne e James Gordon juntas me deixaram com gostinho de quero mais, porque afinal, toda a promessa de Jim para o herdeiro Wayne foi de uma sensibilidade tão tocante. E mais uma vez a série me ganha na emotividade que consegue passar em meio ao caos de uma Sin City como Gotham.
Lembram das consequências de Bullock salvando Gordon que falei lá no início? Então, elas não são tão bacanas assim. A começar pelo fato de que quem os tirou do açougue de Fish Mooney. Acredito que descobriremos aos poucos como essa máfia de Falcone funciona e como era a relação do pai de Jim com eles.
A outra consequência, aliás, nos trouxe a melhor cena do episódio na minha opinião. A cena em que Jim é obrigado a atirar em Oswald foi decisiva tanto para um lado quanto para outro. Porque, afinal, o Comissário Gordon que conhecemos é um homem de boa índole, mas que toma atitudes não convencionais para resolver seus dilemas. Aqui, Gordon ludibria Bullock atirando para o alto e atirando o assustado Oswald no rio, resolvendo dois de seus problemas, falando inclusive para o moço não aparecer mais em Gotham, até porque isso prejudica Gordon com Bullock e Oswald com todos aqueles que gostariam de sua cabeça servida numa bandeja. A cena é decisiva também para Oswald, que, ao sair do rio já assume uma personalidade psycho killer e promete um retorno tão bombástico quanto sua despedida da cidade.
Bom, como eu já disse lá no início da review, não sou especialista nas histórias da HQ, então, aqui, na verdade, estarei aberta às explicações e qualquer comentário útil para uma melhor compreensão dos acontecimentos na série. Fora isso, espero que vocês me perdoem pelo tamanho desse texto - prometo que vou me controlar nas próximas semanas -, mas eu precisava mesmo fazer essa análise aprofundada do melhor piloto da fall season 2014 na minha humilde opinião. E só tenho que dizer: Vida longa a Gotham!
- A cena de perseguição de Jim a Mario Pepper ficou bem bacana, mas o desnecessário foi a câmera frontal de Ben.
- Para aqueles que assistiram Touch, eu pergunto: Só eu que achei estranho ver o menino Jake falando tanto?
rs. - Aliás, quem mais lembrou da cena da pipa de Touch quando Bruce estava no telhado?
- Sim, super achei que faltou cena de shirtless de Ben.
- Detalhe na menina Ivy Pepper, filha de Mario, mexendo nas plantinhas quando aparece. Dica para a Hera Venenosa.
- Detalhe também no comediante no bar de Fish Mooney, podendo também ser uma dica do futuro Coringa.
- Ah, e mais uma dica de vilão: Quem mais já amou o Edward Nygma? Ele mal apareceu como CSI da GPD, mas o prelúdio de Charada já me conquistou.
- Pra quem também sentiu falta de uma abordagem da Mulher Gato, o episódio da próxima segunda-feira chama-se "Selina Kyle", e é bem capaz de conhecermos melhor a menina que testemunhou o assassinato dos pais de Bruce na série.
- A cena entre Barbara Ken, a noiva de James, e Renee Montoya me deixou bastante curiosa, porque a impressão que tive é que as duas já tiveram um caso, e vocês sabem que ciúme leva as mulheres à loucura.
- Se formos pensar sobre o futuro da série, ela tem ótimas chances de durar bastante tempo, já que estreou no dia cabalístico dos shows de sucesso. Lembrando que Friends, Veronica Mars e Lost tiveram a mesma data de estreia que ela,
rs. - Sim, eu nomeei meus PS's de bat-comentários porque sou uma inútil
rs.
E então, o que vocês acharam do piloto? Já torcem pelo sucesso de Gotham tanto quanto eu?