Homeland em seu melhor.
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Homeland era tão emocionante na primeira temporada porque conseguia conciliar perfeitamente a guerra ao terror e o desenvolvimento da vida pessoal das personagens. O jogo de gato-e-rato entre a Carrie e o Brody funcionou tanto como uma história como uma alegoria (dando um sentido além do literal pras ações), mas tudo isso parou depois de Q&A (2x05). Era sobre a emoção da caça da Carrie e as ramificações do subterfúgio do Brody, então, uma vez que esses elementos se foram, Homeland parou de ser uma série genial em seu suspense e num jogo cerebral ao mesmo tempo.
Na terceira temporada, só em Big Man in Tehran (3x11) a série conseguiu isso. Já a quarta temporada vem trazendo Homeland de volta ao seu eixo, e mesmo que demorou pra se chegar lá, “13 Hours in Islamabad” é o auge da série pós-Brody.
Não tem como pensar em um ataque terrorista e fazer isso parecer real. Da mesma forma que em Broken Hearts (2x10), não parecia ser um plot da vida real, matar o vice-presidente colocando um vírus remotamente no marca-passo dele; não parece ser algo da vida real explodir as torres do World Trade Center com duas aeronaves.

Mesmo parecendo que deveriam ter matado o Haqqani, já que ele invadiu a embaixada graças ao Dennis que contou tudo pra Tasneem, são assim que essas coisas acontecem. Não dá pra prever com muita certeza o que acontece num ataque terrorista.
O lado bom de um ataque à embaixada americana, de um ponto de vista da trama, é que isso dá ao episódio o suspense necessário pra fazer um ótimo episódio. Um ataque não tem como ser calmo. Tem de ter granadas, muito tiro, mortes chocantes, reféns e escolhas impossíveis. Esse episódio teve tudo isso. E ainda conseguiu fazer com o que o Quinn fosse o fodão da história.
Tem sido uma temporada difícil pro Quinn entre o trauma do ataque à Sandy Bachman, seus problemas de raiva e seus sentimentos conflituosos pela Carrie. Quinn tem procurado uma razão pra viver e ele acha isso em Islamabad. Com a Carrie e o Saul tentando sobreviver aos ataques, o Quinn praticamente teve a primeira metade do episódio inteira pra ele, e ele é capaz de forçar o Haqqani e seus homens a se retirarem, mas só depois que a Farah morreu. RIP Farah.

Quando a Carrie faz a conexão de que o sequestro do Saul fazia parte do plano deles invadirem a embaixada, ela fala isso com toda a carga pessoal que ela leva por não ter previsto o ataque de 11 de setembro, como ela havia mencionado no piloto. Essa Carrie é diferente daquela da primeira temporada. Ela tem confiança e entende que uma hora você caça e na outra é a presa. Ela está mais madura e mais saudável. Mas continua tão eficiente quanto antes em seu trabalho.
A Carrie está inclusive forte o suficiente pra conformar o Lockhart quando ele está a ponto de se bater por ter aberto a porta. Ela sabe o quão difícil é construir uma vida e uma carreira enquanto se tem de fazer decisões terríveis que nunca serão esquecidas e que são impossíveis de ser defendidas.
Observações:
- Atuações perfeitas de todo mundo. Tive de dizer isso.
- Nem a promessa de se matar o Dennis consegue cumprir. Queria muito que ele tivesse se enforcado com o próprio cinto.
- A Tasneem me deixa sem saber o que pensar. Que mulher demoníaca!
- Sem dúvidas, foi o melhor episódio da temporada e talvez tenha sido o melhor da série, na minha opinião.