Cortando o mal pela raiz.
CONTÉM SPOILERS!
Uma atitude muito simples (mas difícil de ser executada) é cortar o mal pela raiz. Parece muito fácil resolver nossos problemas ao podar os galhos ruins, mas nem sempre é assim. Sabem aquela história da laranja podre que apodrece todas ao seu redor? Então, quando a raiz está muito comprometida, ela pode comprometer toda a árvore. Por isso, é necessário cortar com cautela, e logo em seguida, plantar uma muda boa, que, se bem cuidada, trará bons frutos. Essa é a estratégia da atual temporada de Grey's Anatomy.
Que a série estava com problemas em seus plots é algo incontroverso. Já estávamos nos acostumando a ver histórias sendo recicladas a todo momento. Contudo, a saída de Cristina Yang trouxe o alerta aos roteiristas: opa, precisamos mudar a direção do show para não perdermos com isso. Foi exatamente isso o que aconteceu. Grey's Anatomy deu uma repaginada em si mesmo, trazendo casos interessantes que há tempos não víamos, além de storylines coerentes aos seus respectivos personagens.
Uma coisa que sempre me chamou atenção na série foi o modo com que era possível presenciarmos a medicina sendo passada de médicos experientes aos seus devidos internos. Era notável que, com o crescimento de M.A.G.I.C., isso logo se perderia. A nona temporada trouxe novos internos, mas que, infelizmente, não conseguiram conquistar o público da maneira devida, restando duas dessa leva. Jo e Edwards não são de longe as personagens mais queridas do show, e Jo muito menos. Na review anterior comentei que Edwards vem se sobressaindo como personagem, e, particularmente, venho criando uma simpatia maior por ela.
O caso mais notório da semana foi o do chef que chegou com o pênis dentro de uma caixa de comida chinesa, em razão do ataque de ciúmes da sua mulher. Obviamente, isso seria um caso para a urologia, o que foi, de certa forma, proveitoso. Não víamos mais casos diferentes e de outras especialidades, e, por mais que essa especialidade seja guiada pela chata da Dra. Avery, tudo se tornou mais divertido. Realmente, a esposa do Chef Archibald literalmente cortou o mal pela raiz, pois, sem o seu instrumento, o homem não poderia mais traí-la com a auxiliar.
Mas qual a relação de Edwards com tudo isso? Ora, ela se aventurou no caso, conseguiu salvar a pátria e se dedicou na cirurgia, coisa que lhe dá certo mérito. Catherine apreciou isso, e não era por menos, uma vez que ela fez por merecer, inclusive, na segunda vez quando a auxiliar cortou novamente o pênis do rapaz. Ouch.
Todavia, Catherine veio para trazer algum resquício de funcionalidade ao Dr. Webber. Ora, Richard já passou do prazo há tempos, e a sua relação com Dra. Avery é a única história relevante ao personagem. Richard demorou a me conquistar, e no momento ele é nada mais que outro personagem preservado por Shonda. O casal não funciona, especialmente pela falta de carisma (e simpatia) de Catherine Avery. A história serviu para mostrar isso, mas que tem um lado feliz por trás de tudo, visto que Richard merece ser feliz no amor, já que sofreu nas mãos de Ellis e Adele.
Por falar em funcionalidade, um personagem que está um pouco perdido na atual fase de Grey's Anatomy é Alex Karev, que passou de um personagem relevante para a person de alguém. Não estou reclamando dessa nova característica do personagem, uma vez que isso mostra o quanto ele mudou, apenas saliento que a sua presença na série parece vaga. O personagem não tem uma história concreta no momento, o que me traz, de certa forma, um medo. George, na quinta temporada, também não era muito trabalhado em cena, a mesma coisa Lexie no oitavo ano do show, e nós sabemos o que aconteceu com estes personagens...
Contudo, Alex serviu em "Crazy Love"para criar uma história maior para Maggie Pierce. Sei que a personagem ainda é um fardo para muitos telespectadores, mas eu já assumi a presença dela na série e resolvi aceitá-la, e talvez isso tenha tornado-a mais especial para mim. O legal de tudo é ver que a série está trabalhando com os defeitos dela para fazer com que criemos uma maior simpatia pela personagem. Já havíamos percebido que ela é extremamente falante (o que a torna irritante), e tal característica quase lhe custou o encontro com Ethan. A pertinência desse plot serviu para mostrar, como mesmo salientei na intro, que o mal deve ser cortado pela raiz. Se Ethan nunca tivesse falado sobre esse defeito de Maggie, talvez ela nunca tivesse percebido. Viram como é importante? Também pudemos ver a relação de amizade criada entre ela e Alex, o que foi bem proveitoso.
E para finalizar, o episódio trouxe o caso da menina que está impossibilitada de seguir seus sonhos em razão de sua coluna, caso que movimentou vários núcleos. Era algo assim que a série precisava, e essa história foi capaz de desencadear tudo isso. É legal ver como a insegurança de alguém pode ser destrutiva, e Amelia Shepherd foi a insegura da história toda. Tudo começou no momento em que ela desafiou Callie e acabou sendo a errada. Até aí tudo bem, contudo, ela resolveu descontar em Owen, em razão dele ter ficado ao seu lado. Essa questão é complicada, pois sabemos que sentimentos estão envolvidos, mas Owen pareceu muito convencido pela estratégia de Amelia, o que aniquila todo o medo dela.
Porém, o problema de Amelia é que ela deixa os fantasmas do passado lhe assombrarem. Callie, por exemplo, é alguém que apanhou da vida, mas que, de certa forma, está tentando fazer com que isso não lhe destrua. Ela mesma disse que é necessário buscarmos novos sonhos, e isso é inteligente. Uma pena que o relacionamento dela com o policial não ornou, pois poderia ser algo interessante. Amelia, por outro lado, está deixando isso lhe guiar. A situação é complicada, uma vez que Amelia tem porquê sofrer por antecedência, contudo, ela não precisa sair disparando por todos os lados.
Meredith pode ter sido infeliz pela ótica de Amelia, mas à do público, ela foi extremamente coerente. Cristina pediu para que ela cuidasse de Owen, e sabendo como Amelia é, ela fez exatamente isso. Foi interessante perceber que esse legado foi mantido, e Meredith está agindo da maneira devida. Entretanto, isso criou uma lide entre as duas. Amelia está certa ao dizer que ninguém deve se meter em sua vida, mas Meredith está correta ao querer preservar o coração de Owen, que já foi destruído e pisoteado diversas vezes.
Ainda, há outro fator em risco. Amelia usa da retórica para colocar Meredith em um lugar sombrio. O discurso do você nunca perdeu nada é extremamente incoerente, visto que ninguém precisa perder nada para tentar entender o próximo. Mas, tal fala de Amelia parece ter sido uma praga. Justamente quando MerDer começou a funcionar com estabilidade, uma praga involuntária se criou: Derek sumiu, não chegou em D.C. Será que Meredith conhecerá as dificuldades de se perder alguém? Cadê o Derek? Creio que nada de tão preocupante tenha acontecido com ele, mas isso nos alerta para a possibilidade de um ataque Shondanás. Shonda, CADÊ O DEREK?
Que a série estava com problemas em seus plots é algo incontroverso. Já estávamos nos acostumando a ver histórias sendo recicladas a todo momento. Contudo, a saída de Cristina Yang trouxe o alerta aos roteiristas: opa, precisamos mudar a direção do show para não perdermos com isso. Foi exatamente isso o que aconteceu. Grey's Anatomy deu uma repaginada em si mesmo, trazendo casos interessantes que há tempos não víamos, além de storylines coerentes aos seus respectivos personagens.
Uma coisa que sempre me chamou atenção na série foi o modo com que era possível presenciarmos a medicina sendo passada de médicos experientes aos seus devidos internos. Era notável que, com o crescimento de M.A.G.I.C., isso logo se perderia. A nona temporada trouxe novos internos, mas que, infelizmente, não conseguiram conquistar o público da maneira devida, restando duas dessa leva. Jo e Edwards não são de longe as personagens mais queridas do show, e Jo muito menos. Na review anterior comentei que Edwards vem se sobressaindo como personagem, e, particularmente, venho criando uma simpatia maior por ela.
O caso mais notório da semana foi o do chef que chegou com o pênis dentro de uma caixa de comida chinesa, em razão do ataque de ciúmes da sua mulher. Obviamente, isso seria um caso para a urologia, o que foi, de certa forma, proveitoso. Não víamos mais casos diferentes e de outras especialidades, e, por mais que essa especialidade seja guiada pela chata da Dra. Avery, tudo se tornou mais divertido. Realmente, a esposa do Chef Archibald literalmente cortou o mal pela raiz, pois, sem o seu instrumento, o homem não poderia mais traí-la com a auxiliar.
Mas qual a relação de Edwards com tudo isso? Ora, ela se aventurou no caso, conseguiu salvar a pátria e se dedicou na cirurgia, coisa que lhe dá certo mérito. Catherine apreciou isso, e não era por menos, uma vez que ela fez por merecer, inclusive, na segunda vez quando a auxiliar cortou novamente o pênis do rapaz. Ouch.
Todavia, Catherine veio para trazer algum resquício de funcionalidade ao Dr. Webber. Ora, Richard já passou do prazo há tempos, e a sua relação com Dra. Avery é a única história relevante ao personagem. Richard demorou a me conquistar, e no momento ele é nada mais que outro personagem preservado por Shonda. O casal não funciona, especialmente pela falta de carisma (e simpatia) de Catherine Avery. A história serviu para mostrar isso, mas que tem um lado feliz por trás de tudo, visto que Richard merece ser feliz no amor, já que sofreu nas mãos de Ellis e Adele.

Contudo, Alex serviu em "Crazy Love"para criar uma história maior para Maggie Pierce. Sei que a personagem ainda é um fardo para muitos telespectadores, mas eu já assumi a presença dela na série e resolvi aceitá-la, e talvez isso tenha tornado-a mais especial para mim. O legal de tudo é ver que a série está trabalhando com os defeitos dela para fazer com que criemos uma maior simpatia pela personagem. Já havíamos percebido que ela é extremamente falante (o que a torna irritante), e tal característica quase lhe custou o encontro com Ethan. A pertinência desse plot serviu para mostrar, como mesmo salientei na intro, que o mal deve ser cortado pela raiz. Se Ethan nunca tivesse falado sobre esse defeito de Maggie, talvez ela nunca tivesse percebido. Viram como é importante? Também pudemos ver a relação de amizade criada entre ela e Alex, o que foi bem proveitoso.

Porém, o problema de Amelia é que ela deixa os fantasmas do passado lhe assombrarem. Callie, por exemplo, é alguém que apanhou da vida, mas que, de certa forma, está tentando fazer com que isso não lhe destrua. Ela mesma disse que é necessário buscarmos novos sonhos, e isso é inteligente. Uma pena que o relacionamento dela com o policial não ornou, pois poderia ser algo interessante. Amelia, por outro lado, está deixando isso lhe guiar. A situação é complicada, uma vez que Amelia tem porquê sofrer por antecedência, contudo, ela não precisa sair disparando por todos os lados.
Meredith pode ter sido infeliz pela ótica de Amelia, mas à do público, ela foi extremamente coerente. Cristina pediu para que ela cuidasse de Owen, e sabendo como Amelia é, ela fez exatamente isso. Foi interessante perceber que esse legado foi mantido, e Meredith está agindo da maneira devida. Entretanto, isso criou uma lide entre as duas. Amelia está certa ao dizer que ninguém deve se meter em sua vida, mas Meredith está correta ao querer preservar o coração de Owen, que já foi destruído e pisoteado diversas vezes.

Reviewer's Anatomy:
1. Como não rir do combate entre April e Richard?
2. O discurso da Bailey na sala de observação foi genial. E o que é ela sempre com um suco verde detox na mão? Me divirto!
3.Não tem jeito: as cenas com o helicóptero são sempre vergonhosas.
E vocês, o que acharam do episódio?