"You're the target, Carrie".
CONTÉMSPOILERS
A season finale passada de Homeland foi longa demais, exaustiva, mas conforme a quinta temporada começa a se solidificar, mais óbvia se mostra a importância de “Long Time Coming” para mostrar a série de uma forma mais ampla. A Carrie teve medo da maternidade por diversas razões, a mais importante delas sendo o fato da Frannie ser uma constante lembrança do Brody, o homem que destruiu sua vida diversas vezes, como se fosse seu hobby. A ainda não nascida Frannie era uma ameaçadora nuvem sobre a terceira temporada porque parecia impossível encontrar espaço para uma criança dentro da vida da Carrie, especialmente considerando sua carreira perigosa e sua instabilidade mental. Então, quando a Frannie apareceu na quarta temporada, a audiência estava tão decepcionada com sua presença quanto a Carrie. Na verdade, a Carrie estava um pouco desconfortável com a presença da filha, fazendo com que ela brevemente considerasse afogar a criança antes de pensar melhor no absurdo que aquilo era. Se essa história fez ou não sentido para a personagem, não importa, afinal de fato aconteceu, e a melhor forma de trazer a Carrie de volta foi fazê-la diretamente confrontar seus problemas com sua própria mãe ausente.
“Long Time Coming” foi um episódio penoso para a televisão, mas é um caminho justo para ser tomado como destino da Carrie, que agora é mãe, não tem mais uma relação com o Saul e não consegue mais ver o Quinn de uma forma saudável. “The Tradition of Hospitality”, é incrivelmente impressionante em termos de quão majestosamente ele entrelaça todas essas ameaças juntas enquanto aprofunda a história do hacking de informações em Berlim já na segunda hora de uma temporada drasticamente reiniciada.
A Carrie rapidamente se encontra de volta no Oriente Médio e tudo é tão bem posicionado, que até parece que estamos na segunda metade da temporada. A quarta temporada construiu um caminho emocionante, mas levou seu tempo para atingir o clímax. E essa temporada tinha um caminho muito maior para percorrer, mas o percorreu rapidamente. A saída do Brody, em “The Star”, precisou de um recomeço muito mais chocante e imediato, então talvez por isso, essa temporada esteja mais faminta por ação.
A Carrie rapidamente se encontra de volta no Oriente Médio e tudo é tão bem posicionado, que até parece que estamos na segunda metade da temporada. A quarta temporada construiu um caminho emocionante, mas levou seu tempo para atingir o clímax. E essa temporada tinha um caminho muito maior para percorrer, mas o percorreu rapidamente. A saída do Brody, em “The Star”, precisou de um recomeço muito mais chocante e imediato, então talvez por isso, essa temporada esteja mais faminta por ação.
Mais relevante ainda é destacar que na temporada passada a Carrie investiu em ser mãe da Frannie e conscientemente escolheu a maternidade. A sociedade julga mães ausentes e aquelas que são menos do que super entusiasmadas com a ideia de serem mães de alguém, mais do que faz com os pais. Homeland parecia estar seguindo esse caminho no começo da quarta temporada, como os escritores estavam julgando a Carrie por usar seu trabalho e sua condição psicológica para criar desculpas para abster-se se suas obrigações biológicas.
Mas agora parece que a Carrie escolheu ter uma relação próxima com sua filha. Ela sempre teve um forte senso de dever a qualquer causa que estivesse envolvida, conforme vimos diversas vezes nessa temporada, quando a Carrie se recusa a se comprometer com a During Foundation em suas interações com a CIA e vice-versa. Então, quando a Carrie decide que é seu dever ser melhor com a Frannie do que a Ellen foi para ela, ela não está fazendo isso porque se sente biologicamente obrigada a tomar conta da filha. Ela está fazendo isso porque ela é assim, e criar a Frannie é uma extensão natural de sua devoção vitalícia à proteção de inocentes.
Mas agora parece que a Carrie escolheu ter uma relação próxima com sua filha. Ela sempre teve um forte senso de dever a qualquer causa que estivesse envolvida, conforme vimos diversas vezes nessa temporada, quando a Carrie se recusa a se comprometer com a During Foundation em suas interações com a CIA e vice-versa. Então, quando a Carrie decide que é seu dever ser melhor com a Frannie do que a Ellen foi para ela, ela não está fazendo isso porque se sente biologicamente obrigada a tomar conta da filha. Ela está fazendo isso porque ela é assim, e criar a Frannie é uma extensão natural de sua devoção vitalícia à proteção de inocentes.
A Carrie descobriu como abraçar a maternidade, e ela também encontrou um homem tão entusiasmado quanto ela em ter a Frannie por perto. Então agira, quando a Carrie diz que está fora da CIA, ela está genuinamente fora. Nenhuma parte dela vê essa viagem com o Otto During para um campo de refugiados na fronteira sírio-libanesa como “um último acerto”, ou como uma última oportunidade de exercer o trabalho que um dia ela já achou tão satisfatório. Ela está apavorada e não quer nada com isso.
Quando ela chega ao campo General Alladia, ela negocia um tempo de uma hora para o During fazer tudo que ele veio fazer e sair de lá antes que a situação fique complicada, e ela está comprometida a manter essa agenda. Depois da Carrie explicar os termos para o During na festa, ele diz a ela que ela se sente confortável em Beirute. Ela explica que a atmosfera que ele vai encontrar é de familiaridade. Naturalmente, quando chega a hora fo During dizer adeus, ele não se sente ameaçado e pede mais tempo. Nisso, um homem bomba se prepara para um ataque. O time de segurança deles executa o homem-bomba, então correm para seus veículos, enquanto o clima nas ruas é de caos. A intuição da Carrie diz que está tudo vazio demais e que eles vão acabar encontrando uma armadilha. Ela então, acaba evitando a morte de todos, ao antecipar uma bomba.
Quando ela chega ao campo General Alladia, ela negocia um tempo de uma hora para o During fazer tudo que ele veio fazer e sair de lá antes que a situação fique complicada, e ela está comprometida a manter essa agenda. Depois da Carrie explicar os termos para o During na festa, ele diz a ela que ela se sente confortável em Beirute. Ela explica que a atmosfera que ele vai encontrar é de familiaridade. Naturalmente, quando chega a hora fo During dizer adeus, ele não se sente ameaçado e pede mais tempo. Nisso, um homem bomba se prepara para um ataque. O time de segurança deles executa o homem-bomba, então correm para seus veículos, enquanto o clima nas ruas é de caos. A intuição da Carrie diz que está tudo vazio demais e que eles vão acabar encontrando uma armadilha. Ela então, acaba evitando a morte de todos, ao antecipar uma bomba.
O único erro no plot da Carrie é o quão longe os roteiristas foram para deixar claro que o alvo do ataque era a Carrie e não o During. A conversa da Carie com o During no aeroporto é fascinante. Ela insiste que ela tem de ficar para trás para entender quem foi responsável pelo ataque, e se essa pessoa possa sentar segui-los de volta para a Alemanha. Essa explicação é válida na teoria, mas sugere que ela está fazendo a mesma coisa que fez na quarta temporada, encontrando uma desculpa para ficar em uma zona de guerra porque é onde ela está acostumada a estar e onde ela se sente mais funcional. Nos lembra daquele ótimo momento em “The Smile”, quando a Carrie está calma, duvidando e seus instintos depois de se convencer que estava errada em relação ao Brody.
A Carrie tem uma intensa relação de amor-ódio na luta contra o terrorismo, mas é difícil desapegar de algo que você faz bem. Estar na posição de impedir dois atentados terroristas seguidos coloca a Carrie em um ambiente onde ela é mais eficiente, e seria compreensível se ela tivesse dúvida em relação a isso. Eu fiquei curioso com a ambiguidade das motivações da Carrie ao ficar para trás, e teria sido mais legal se o roteiro permitisse mais espaço para a Carrie entender seus reais motivos.
A Carrie tem uma intensa relação de amor-ódio na luta contra o terrorismo, mas é difícil desapegar de algo que você faz bem. Estar na posição de impedir dois atentados terroristas seguidos coloca a Carrie em um ambiente onde ela é mais eficiente, e seria compreensível se ela tivesse dúvida em relação a isso. Eu fiquei curioso com a ambiguidade das motivações da Carrie ao ficar para trás, e teria sido mais legal se o roteiro permitisse mais espaço para a Carrie entender seus reais motivos.
Não existe espaço para interpretação, como o Berhrooz disse, “Someone wants you dead” (alguém quer você morta). Enquanto isso, depois de executar seu último alvo, o Quinn usou um jornal para decifrar o nome da Carrie como seu novo alvo. Não dá para se enganar em relação a isso, todos estão tentando matar a Carrie. A história é um pouco mais misteriosa do que eu gostaria, embora a reação nada perturbada do Quinn em relação à sua nova missão certamente complica as coisas, assim como o potencial envolvimento do Saul.
A maior questão agora é exatamente o quão envolvido o Saul está ao dar ao Quinn a ordem de matar a Carrie. Eu tenho minhas dúvidas se foi o Saul quem nomeou o Quinn para essa missão, mas ele também não ficou nada satisfeito quando viu as fotos da Carrie falando com a Laura no dia do hacking. Mas as relações entre os três principais da série nunca estiveram tão “fraturadas”, e esse episódio me deixou confuso se um dia eles voltarão a se dar bem.
A maior questão agora é exatamente o quão envolvido o Saul está ao dar ao Quinn a ordem de matar a Carrie. Eu tenho minhas dúvidas se foi o Saul quem nomeou o Quinn para essa missão, mas ele também não ficou nada satisfeito quando viu as fotos da Carrie falando com a Laura no dia do hacking. Mas as relações entre os três principais da série nunca estiveram tão “fraturadas”, e esse episódio me deixou confuso se um dia eles voltarão a se dar bem.
Observações:
- A nova abertura com cenas em Berlim me deixou fissurado. Pena que tem muitos, muitos, muitos spoilers.
- Esse episódio pareceu típico de Homeland, porque mostra um twist acontecendo dentro da agência, quando a Allison foi escolhida para ser “sacrificada” após o hacking. Será bom demais para ser verdade se o que ela sugeriu ao Dar Adal se concretizasse.
- O que a Allison disse para o Saul é interessante. Se fosse a Carrie sendo sacrificada pela equipe, provavelmente ele se posicionaria diferente.
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