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REVIEW | Heroes Reborn: 1.05 "The Lion's Den"

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Tentando sair da cova do leão. 
CONTÉM SPOILERS!

James Dashner em sua obra Prova de Fogo, segundo livro da franquia Maze Runner e recentemente adaptado para os cinemas, trabalha com a questão de um mundo pós apocalíptico, sobrevivente aos ataques solares, bem como uma doença chamada fulgor, a qual não afeta pessoas específicas e não possui uma cura. Mas por qual razão estou falando disso? Ora, se mandássemos os heróis de Heroes Reborn para os livros de James, talvez teríamos um certo confronto, porém, resultaria em uma possível solução aos problemas mortais.

Traço toda essa analogia pois "The Lion's Den" nos apresenta uma trama um pouco mais sólida, demonstrando a intenção do roteiro com uma história talvez fantasiosa e parecida com o arco central de um certo blockbuster em evidência, mas que parece ser funcional o suficiente para agarrar o estômago do público para os próximos episódios. Todavia, a dinâmica lenta e misteriosa permeia. Heroes Reborn não possui o mesmo ritmo da falecida Heroes, e por isso não pode seguir com a mesma velocidade, afinal, o sol está chegando para queimar tudo, e não há muitos sinais - em seus quinto episódio - de como as coisas se resolverão.

A estratégia de trabalhar nos mesmos moldes de sua antecessora parece ser seguro o suficiente, entretanto, não se faz funcional pois estamos tratando de uma mini series que busca retratar o novo mundo depois da descoberta dos EVOs.

Aliás, toda a ideia do brave new world, a qual vem sendo tratada desde a quarta temporada de Heroes, é muito promissora, porém, arriscada. Aqui, o mundo novo seria muito mais fácil de ser analisado se tivéssemos seus antigos moradores. Ocorre que temos treze episódios para desvendar novos habitantes de um mundo desconhecido, e o pior: o ritmo pacato não vem sendo capaz de avançar com as histórias.

Temos personagens ambíguos e diferentes, os quais, na minha opinião, não possui muita relação. O ponto chave para a resolução dos conflitos, e o salvamento dos EVOs, fica sob a orientação de Noah, como sempre. Sua intenção é a mais básica: encerrar as missões homicidas dos Renautas. Porém, que missões são essas? Estariam eles coletando poderes diferenciados para povoarem um novo mundo, haja vista a intenção de destruir o mundo que conhecemos? Ou eles não estão ligados à isso? Estamos chegando no meio da temporada e muitos questionamentos permeiam.

O fato é que, finalmente as coisas se encaixam. Ademais, os personagens começam a ganhar um certo brilho e função na trama. A começar por Miko, a qual veio de longe e chegou primeiro ao time. Por mais que seu plot e seu poder sejam os mais alheios possíveis, Miko conseguiu (de certa forma) adentrar no jogo de Noah e demonstrar suas habilidades. Não sabemos necessariamente a essência da personagem, mas tenho certeza que uma relação ela deve ter com os heróis que conhecemos de outrora.

Por falar nisso, a questão da paternidade de Tommy é algo que se sobressai dos demais personagens. Sejamos sinceros: Tommy é, talvez, o personagem mais curioso, ainda mais com a questão de seu pai ser desconhecido. Podemos ter aí um elo com o mundo antigo. Temos personagens que não foram mencionados ainda e que podem possuir uma ligação com o menino (alô família Petrelli). Além disso, Tommy inicia a questão acerca da funcionalidade dos EVOs na storyline. Se pararmos para observar, os poderes de Tommy estão sendo essenciais para o deslinde da criação do novo mundo. Claro que precisamos da cultivação de um novo mundo haja vista a queimação do sol estar chegando, e o poder do garoto é essencial para que isso seja semeado de maneira contínua e funcional.

Por outro lado, Heroes Reborn peca ao apresentar personagens desconexos. Por mais que Malina tenha uma possível intenção no show, a personagem não demonstrou de forma certeira sua função. Por mais que ela esteja ligada de maneira colateral à Phoebe, não temos certeza de como tudo poderá se unir. Temos um grupo muito disperso e que precisa de uma união, e Malina, ao meu ver, não se encaixa no todo. O mesmo ocorre com Carlos, personagem que tenta conhecer o seu lado heróico ao buscar a justiça, mesmo àqueles que lhe fizeram mal, sendo este o Capitão James. E Luke? A sua própria aceitação pode ser essencial, mas estamos falando de um renascimento. A hora de aceitar suas "anomalias" não é apropriada, sem falar que a questão da redenção é clichê o suficiente, especialmente em um mundo onde Sylar passou de vilão a mocinho em quatro anos.

Portanto, observa-se que a série, timidamente, sai do den onde esteve enfiada por cinco episódios e arrisca com uma trama curiosa mas não muito original. Desde que o show consiga interligar seus personagens às suas histórias, podemos ter um deslinde proveitoso, contudo, se ela continuar se escorando em coisas que funcionaram nos primórdios, não teremos nada muito válido. A hora é de ousar e buscar alternativas eficazes, e não reciclar coisas já apresentadas. Sai da cova Heroes Reborn!

E vocês, o que acharam do episódio? 

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