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REVIEW | Homeland: 5.12 "A False Glimmer" [Season Finale]

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"I guess I'm done and we never happened"
Contémspoilers!


Mesmo sendo preciso demais, trabalhar com contra inteligência é algo muito baseado em fé ou intuição. Alguém como a Carrie, em seus tempos de CIA, é tão proativo quanto pode ser quando se trata de promover relacionamentos, aliciar pessoas e peneirar uma avalanche de dados na procura de qualquer partícula de informação que possa provar a diferença crucial que evite um ataque terrorista. Mas no final das contas, a Carrie precisa de uma folga, e ela precisa torcer para que essa folga tenha duração suficiente para se tornar útil. A quinta temporada de Homeland mostra a Carrie abraçando sua fé de uma forma nunca mostrada antes, tomando uma hóstia na cena inicial de “Separation Anxiety” e procurando consolo na capela do hospital em “A False Glimmer”, após descobrir que o Quinn está há algumas horas na mesa de cirurgia, devido a um grande e provavelmente fatal derrame. A Carrie colocou sua confiança em alguma divindade porque, depois de tudo que ela fez no ataque à embaixada em “13 Hours in Islamabad”, ela finalmente aceitou que nem tudo está em seu controle e nem toda tragédia pode ser revertida.

As breves cenas na capela são crucialmente importantes para “A False Glimmer”, porque elas tentam explicar as ações da Carrie durante o episódio e a temporada. Muitas destas ações se provaram controvérsias, especialmente por serem relacionadas ao Quinn. O episódio deixa o destino do Quinn quase certo, embora Homeland seja uma série sofisticada demais para retornar em sua sexta temporada com um Quinn ativo de volta em campo depois de ter uma recuperação milagrosa. Muito provavelmente, Peter Quinn está morto, e a Carrie escolheu terminar seu sofrimento depois de aceitar que ele escolheu seu destino muito antes, quando aceitou ir para a Síria, depois deles retornarem juntos de Islamabad. É um final mudo e sem misericórdia para o Quinn, que passou mais da metade da temporada perto de morrer, depois de arriscar sua vida para salvar a da Carrie. Os roteiristas certamente fingiram estar em uma direção ao sugerir que eles eventualmente tentariam trazer o casal Quinn e Carrie de volta, o que enfureceu quem estava interessado em ver os dois tendo um futuro juntos, os dois “acontecendo”, como o Quinn lamentou em sua carta. Mas Homeland não é uma série sobre o Quinn, é sobre a Carrie, e o episódio só serviu para apontar onde e em que estado mental ela estará quando a série voltar.

Quando uma série não está funcionando, é difícil determinar se a estória não está sendo contada corretamente ou se a correta estória está sendo contada. “A False Glimmer” é um episódio desafiador porque depois de uma temporada cheia de plots “sem som” sendo contados (quase tudo envolvendo o Quinn ou a Allison depois da captura dela), essa finale densa é bem contada, mas não é totalmente satisfatória. Não por ser executada porcamente, mas porque a única forma de elevar as expectativas da audiência é matando a personagem que a audiência mais queria ver sobreviver depois de gastar quase uma temporada inteira em perigo, rs. Porque cada temporada depois do Brody existe de alguma forma, independentemente do que veio antes dela. Cada final de temporada tacitamente pergunta para a audiência se ela está a bordo para a próxima temporada. Como talvez tenha sido o caso com “Long Time Coming”.

Essa não foi uma reação que eu esperei ter por causa do quão diferente “A False Glimmer” é de “Long Time Coming”, que quebrou o ritmo intenso da temporada para dar espaço a um pedaço da personagem da Carrie que queria fazer as pazes com sua mãe. “A False Glimmer” continua exatamente de onde “Our Man in Damascus” parou, renunciando da abertura da série, como acontece em todas as finales de Homeland. Carrie persegue o Qasim para dentro do túnel de trem e tenta convencê-lo a matar o Bibi, mas o Qasim não pode matar o Bibi, da mesma forma que o Bibi não conseguiu matar o Qasim quando descobriu sobre a atropina dada ao Quinn. Mas o Bibi não está afim de dar uma terceira chance, então quando o Qasim tenta convencer o Bibi de abandonar o ataque há minutos deste acontecer, o Bibi atira em seu primo somente a tempo de ser baleado pela Carrie. O ataque foi impedido em poucos minutos, o que não foi alfo que eu antecipei considerando o quão intensa foi a preparação para ele, mas “A False Glimmer” tem muita coisa para responder e não muito tempo para fazê-lo.

O maior defeito do episódio é que tem muita coisa para acontece, entre o ataque, a relação da Carrie com o Jonas, a ameaça da Laura, o destino do Quinn, o futuro da Carrie com a agência, e o paradeiro da Allison. O último acaba sendo uma cena rápida, o que se torna uma decepção ainda maior que a cena do túnel. Allison escapa para um local seguro e então acaba indo, no porta malas do carro, para a fronteira com a Polônia. O carro é desviado por supostos guardas rodoviários para uma emboscada onde o Saul e sua equipe metralham o veículo. Obviamente, a Allison está morta, junto com os agentes que a transportavam. Por mais que eu tenha odiado a Allison no decorrer da temporada, e por mais que eu estivesse torcendo para que ela se desse mal, parte de mim deseja que ela tivesse escapado do porta malas e vivido para ver outro dia. A morte dela pareceu apressada, da mesma forma que a maioria do episódio pareceu. O episódio costurou quase tudo rápido demais enquanto deixava muitas perguntas em aberto, principalmente, se a Carrie decidirá voltar à sua vida na CIA. Ela indubitavelmente decidirá que sim, porque não existe outro caminho para Homelandseguir. Mas a, mais uma vez, reconstruída Homeland valerá a pena ser assistida?

Observações:


  • Muito, muito estranha a cena do Otto During ofertando à Carrie uma vaga da nova chefe de segurança de seu coração. Nojinho.
  • Laura deveria ser explorada na próxima temporada, assim como o Numan.
  • Até a próxima temporada!
Especial: 
a tradução da carta do Quinn


Carrie, eu acho que é meu fim. E nós nunca acontecemos. Eu não sou bom com palavras, mas elas estão fluindo agora. Eu não acredito em sorte, ou no destino, ou em horóscopos. Mas não posso dizer que estou surpreso que tudo acabou dessa forma. Eu sempre senti que havia alguma coisa meio que me puxando de volta para a escuridão. Isso faz sentido? Mas não me era permitido uma vida de verdade, ou um amor de verdade. Isso era pras pessoas normais. Com você eu pensei, ahh. Talvez, só talvez. Mas eu sei agora que era um falso vislumbre. Eu estou acostumado a estes vislumbres. Eles acontecem todo o tempo no deserto. Mas esse mexeu comigo. E eis um fato: essa morte, esse meu fim, é exatamente o que deveria ter acontecido. Eu queria a escuridão. Eu pedi por isso. Ela me tem agora. Então não pendure uma estrela na parede por mim. Não faça nenhum discurso besta. Somente lembre de mim como uma luz de cabeceira, um farol, orientando você quanto às pedras. 
Eu te amei. Seu, agora para sempre, Quinn. 


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