REVIEW | Gotham: 2.13 "Wrath of the Villains: A Dead Man Feels no Cold” e 2.14 “ Wrath of the Villains: This Ball of Mud and Meanness”

Um novo começo. 

Gotham tem uma característica que vem sendo constante desde a sua primeira temporada, e a cada passo que damos a mais na mitologia do Batman conseguimos observar essa característica ficando cada vez mais forte e presente. Sabemos muito bem que a vida não é preta e branca, que as coisas não são tão simples assim, que para cada boa ação feita no mundo existe uma que prejudica o próximo, que cada vez que uma luz acende outra provavelmente esta se apagando em algum canto do mundo.

O interessante é que Gotham consegue mostrar todas essas coisas colocando assuntos que mexem muito com certo e errado e a nossa moral. Como já diria senhor Jared Leto: “Tell me would you kill to save a live? Tell me would you kill to prove you´re right?”. Acredito que as frases de Hurricane fazem perfeito sentido quando colocamos em perspectiva o que Gotham está nos mostrando essa temporada. Conseguimos avaliar a situação de três personagens por essa perspectiva e quem somos nós para dizermos que eles estão certos ou errados!? Talvez perante a lei eles estejam mais do que errados, mas algumas atitudes podem ser justificadas? Não podem?

Vamos começar por toda a situação de Bruce: sabemos que a morte de seus pais o mudou profundamente, afinal, perder ambos os seus parentes mais próximos já não é uma coisa fácil de se encarar, mas ainda perdê-los para um ato de violência, é pior ainda, sem contar que esse ato foi cometido na frente de Bruce, apenas uma criança. Lógico que isso iria mudar a forma do garoto de ver o mundo. Mas é óbvio que os problemas e a transformação de Bruce Wayne não param por ai, é só pararmos para analisar tudo o que ocorreu na vida de Bruce desde que seus pais foram assassinados. Quantas vezes a sua vida já esteve em perigo? E quantas vezes Bruce já não escapou da morte por um triz? Quantas vezes Bruce não foi sequestrado? Ou enfrentou problemas com criminosos?

Se pararmos para analisar friamente era mais do que óbvio que não só esses acontecimentos transformariam Bruce em algo que ele não seria caso seus pais não houvessem sido assassinados, mas também fez com que cada vez mais ele fosse perdendo a esperança que tinha de que a policia poderia fazer algo para melhorar Gotham, e sabemos muito bem que é daí que vem a tendência a qualquer um, em se tornar um vigilante. Afinal, se não estão fazendo o trabalho certo e eu acredito que eu posso, porque não tentar? Mas o mais interessante é que já conseguimos ver essa mudança em Bruce desde já, se não pela conversa de Bruce com Lee, que vamos lá, foi um tanto quanto esclarecedora dessa nova perspectiva de vida de Bruce, de se sentir mais vivo sabendo que mais uma vez esteve a beira da morte e conseguiu escapar dela.

Então com sua conversa com Alfred e Selina, Bruce quer resolver os problemas com suas próprias mãos, por isso é que fala para Alfred que assim que eles encontrarem Patrick Malone ele mesmo quer resolver o problema e matar o moço, lógico que Alfred seria contra, pois além de Bruce ser uma criança ainda, ele sabe muito bem quais são as consequências de matar um homem a sangue frio, independentemente dessa pessoa merecer ou não. Mas lógico que Bruce não aceitaria a proposta de Alfred de deixar que ele matasse o tal homem e ele decide pedir a ajuda para Selina, e aí mais uma vez gosto muito da interação dos dois, porque mesmo Selina já tendo matado, ela sabe que não há uma volta depois disso, e ela assim como Alfred não quer que Bruce tenha que passar por essa situação.

E é ai que entra aquela coisa de consciência, consequência e moral. É errado que Bruce mate o assassino de seus pais? Bom sabemos que sim, mas ao mesmo tempo se ninguém mais pode fornecer a justiça que ele precisa porque ele teria que deixar o moço, sair impune de suas ações e continuar desfrutando de uma vida sendo que ele mesmo tirou algumas?!

E ai podemos pegar a história de Nora e Victor Fries, e o quão trágica ela é. E voltamos à frase de Jared: Would you kill to save a live?As intenções de Victor eram boas, se pararmos para pensar elas até poderia ser históricas para a medicina, encontrar uma forma de congelar o corpo de um ser humano de uma forma que fosse possível trazê-lo a vida depois. Seria um ótimo avanço, mas a obsessão de Victor em conseguir fazer isso antes que sua esposa viesse a falecer acabou transformando o moço em um vilão. Afinal como falamos sair matando por ai a torto e direito não é algo muito bacana de ser feito.

Podemos tentar falar que as atitudes de Victor eram justificáveis, afinal não há avanços sem testes, mas a moralidade da situação fica um pouco complicada demais, afinal as cobaias não estavam sendo usadas com as suas permissões né. Sinceramente eu acho a história do Mr. Freeze um tanto quanto triste, tudo o que ele queria era salvar sua esposa, mas ele acabou se perdendo no meio do caminho e como Nora mesmo disse, depois que ele começou a ir por um caminho sem volta e ela não fez o que deveria ser feito para pará-lo enquanto ainda havia tempo, depois só restou lamentar por tudo o que aconteceu.  A situação chega a ser mais triste ainda se considerarmos que depois de tudo o que Victor fez, Nora simplesmente decidiu que não conseguiria viver com a culpa e ela decidiu enganar o esposo fazendo ele terminar com a sua vida, o que levou Victor a tentar cometer suicídio.

Lógico que as coisas não seriam tão fáceis assim para o moço e graças a todos os seus experimentos, e quem sabe uma pequena ajuda de Hugo Strange, Victor acabou tendo a sua transformação completa em Mr. Freeze. E ai que vem mais um elogio da minha parte para a série, eu já estava achando um tanto quanto fantástico todos os efeitos que as vitimas do Freeze estavam tendo, mas ver ele totalmente transformado, só me fez querer bater mais palmas ainda. Sei que a cidade de Gotham vai sofrer uns bons bocados com Mr. Freeze solto por ai, mas não vejo a hora de ver o moço em seu traje completo.

E ai temos toda a situação de Jim Gordon, bom estou cansada de falar aqui o quanto é complicado ser o moço, e ter que tomar as atitudes que ele tomou e viver com as consequências de seus atos. Prova disso é que sempre tem uma outra coisa assombrando a vida do moço pelo o seu passado. Lógico que, de todas as atitudes que Jim tomou, até agora o assassinato de Galavan foi o pior de seus atos, apesar de necessário. Mas além do assunto assombrar o moço, ainda temos o fato não só do Pinguim saber a verdade sobre a situação, mas também de Lee sabendo que Jim não lhe contou a verdade. Ainda prevejo toda essa situação rendendo uma quantidade de confusão no futuro do Detetive. Principalmente porque toda a conversa de Nora com Lee serviu para abrir os olhos da moça, e acredito eu que ela tentará fazer algo para impedir que seu noivo continue descendo essa espiral sem volta.

Mas ao mesmo tempo que temos essas situações onde a moral e as linhas ficam um pouco conturbadas, temos aquelas que só de olhar já sabemos que além de estarem mais do que erradas, trarão uma confusão sem fim. Prova disso é o Sr. Hugo Strange e os seus experimentos. Não preciso nem falar do que ele está fazendo com Oswald, para julgarmos o quanto o médico tem milhares de parafusos faltando na cabeça, mas só o fato de ele ter os corpos de Theo, Jerome, Fish e sabe quem mais naqueles tanques já nos diz que ele está experimentando neles, então já podemos ficar bem preocupados quando eles voltarem a vida. Ainda mais porque temos a frase de Hugo para nos manter bem preocupados: “Death is not a ending. Death is a new beginig”.

E falando sobre Oswald, bom sabemos que a terapia louca de Strange funciona, nem que seja bem temporariamente, afinal tivemos o moço brincando de pato e ganso, e até imitando um ganso na maior tranquilidade como se aquilo não fosse nem um pouco ridículo. E conhecemos Oswald Cobblepot bem demais para saber que ele jamais faria isso se estivesse são da cabeça. Pior de tudo vai ser quando o Jim descobrir a verdade sobre as experiências de Strange e se realizar de que Oswald estava falando a verdade e ele se negou a acreditar, apenas mais um ponto para a consciência que já deve estar pesando uma tonelada de Jim.

Ainda falando sobre Strange apesar de ter dúvidas gostaria que a policia de Gotham começasse a desconfiar do moço logo, afinal problemas elétricos não fazem portas fecharem logo quando vocês passam por ela só para prender a policia em um determinado local. Mas conhecendo a GCPD podemos esperar sentados para que eles comecem a ligar os pontos.

1.: Erin Richards fazendo uma pontinha só para valer o seu salário. Pior foi ver que Lee esta com o rancor no nível altíssimo.

2.: Barnes descontrolado, bom prefiro não ver essa cena de novo não.

3.: Mais uma vez a policia de Gotham mostrando que não serve para nada, plano que não deu nada certo e não só fez Victor recuperar Nora como levar Lee de refém junto.

Gotham sendo Gotham. Depois de um episódio um tanto quanto acelerado, Gotham decidiu continuar abordando a mesma linha polêmica de pensamento porém voltando a situação para o lado mais sentimental de nossos personagens.

É impossível falar de “This Ball of Mud and Meanness”  e não falar sobre Bruce Wayne. Como venho falando, menino Bruce vem tendo um desenvolvimento enorme em sua personalidade, muito se passou desde que ele era o pobre menino rico que perdeu os seus pais brutalmente assassinados.

Aqui, conseguimos ver que Bruce pode ter ido ao inferno e voltado, mas ele ainda não está preparado para colocar a sua alma em risco. Ao longo do episódio pudemos acompanhar a jornada de Bruce em sua procura por Malone até o ponto em que ele não só encontrou o moço, como o confrontou e ainda por cima, decidiu que o seu modo não era o mais adequado para a situação, mas vamos por partes.

Alfred com certeza é a melhor pessoa que existe nesse mundo, não sabia se rolava de rir com ele todo sério chamando o moço com 2 metros de altura e um tanto quanto forte de Mister Cupcake, como se ele estivesse em uma reunião de negócios e não no meio de um fight club, querendo informações. Ou se então quero abraçá-lo por mesmo não querendo tendo uma boa luta com o Sr. Cupcake em troca de informações, e ganhando ainda por cima, para só depois disso desmaiar e ir para no hospital (novamente) e o melhor de tudo com a informação desejada.

Amo Alfred por tentar proteger Bruce de todas as maneiras possíveis e decidir contar para Jim o que descobriu apenas quando viu que o garoto havia saído em busca de respostas sozinho. E vamos lá temos que elogiar Gotham pela jornada que pudemos ver Bruce passar, primeiro o que foi aquele clube com aquela pessoa mais do que estranha contando a Bruce o que ele queria saber, como disse ela era a pura representação de Gotham sendo Gotham.

Lógico que isso não foi o suficiente para ter feito a coisa ter sido tão boa e ver que ali passavam as fotos daqueles que foram presos pela GCPD (JEROMEEE) e ainda no momento em que Jim apareceu ali na busca de Bruce ela fez toda uma cena, só completaram o mundo em que estamos adentrando. Palmas mais uma vez para a caracterização dos personagens.

Lógico que mesmo assim Jim não conseguiu a informação de ir buscar Malone ao invés de Bruce, e finalmente tivemos o encontro entre o garoto e o assassino de seus pais. Não sei se fico mais decepcionada pelo simples fato de ele ter cansado de viver e se matado no processo ou então pelo fato de que talvez nunca iremos descobrir quem encomendou o assassinato da família Wayne. E o pior de tudo Malone praticamente nem lembrava do que havia feito, eram tantos nomes, tantos rostos que um ou dois a mais simplesmente não faziam a diferença.

O lado bom da história é que conseguimos ver mais uma vez a evolução do menino Bruce, e chega até ser errado ficar chamando ele de menino, porque não só a conversa com Malone foi o suficiente para atingir o encerramento que Bruce precisava, mas também foi o que levou ele a querer descer do seu pedestal de garoto rico e entender do que realmente se trata Gotham, tudo isso para que um dia ele possa fazer algo pela cidade que ele e seus pais tanto amam.

Porém como nem só de Bruce Wayne Gotham é feita, precisamos comentar sobre os acontecimentos com Oswald e o que essa história pode nos trazer no futuro. Bom se a situação do nosso querido Pinguim, já não é ruim o suficiente, afinal depois de sofrer uma boa dose de lavagem cerebral Peabody e Strange conseguiram tirar a única coisa que Pinguim tinha de bom, a sua vontade de ser o melhor nas coisas, de prosperar na vida, e podemos dizer que o moço foi transformado em uma banana, onde já se viu Oswald deixar ser feito de gato e sapato porque ele tinha um almoço melhor do que o seu vizinho?

Quando poderíamos imaginar que ele deixaria ser jogado de um lado para o outro sem dizer uma palavra de malícia para o seu atacador e que depois de tudo ele iria ajudar o tal moço a escapar de uma sala fechada, pois bem esse é o novo Oswald Cobblepot que além de tudo ganhou um passe de saída livre da prisão.

O lado bom dessa história é que podemos esperar uma boa confusão dele recuperado nas ruas e todo bonzinho, a questão é quanto tempo será que isso irá durar ainda mais levando em consideração a informação de Strange de que ele tem grandes planos para Oswald. Certo que esse provavelmente não será o único problema que Jim irá enfrentar em um futuro bem próximo a sua procura por Kringle deixou Nygma um tanto quanto antenado e muito paranoico, acreditando que Jim está cada vez mais próximo de descobrir que ele teve algo haver com o desaparecimento da moça. Independente dos problemas do futuro, mais uma vez podemos bater palmas afinal ver Nygma usando o seu tão famoso ponto de interrogação verde me deu várias palpitações aqui.

1.: Bruce Wayne oferecendo cheques como recompensa por informações, só ele mesmo.

2.: Lee essa não é a hora de você virar as costas para o Jim, mas sim de ajuda-lo a ver o que está errado.