Quantcast
Channel: The Series Factor
Viewing all articles
Browse latest Browse all 3203

REVIEW | Suits: 3.05 "Shadow of a Doubt"

$
0
0

O brilho de "Suits". 
CONTÉM SPOILERS! 

Engana-se quem pensa que só Donna demonstrou seu brilho em "Shadow of a Doubt", e engana-se também quem acha "Suits" está seguindo por uma maré baixa. É com episódios como este que percebemos a preparação do roteiro para grandes acontecimentos, afinal, o fim da primeira parte da temporada está chegando. 

Se Louis notou o brilho em Donna Paulsen, nós, os telespectadores, percebemos o brilho do episódio como um todo. Gosto muito quando a série resolve relaxar um pouco e mostrar mais a essência dos seus personagens, pois aí sei que coisas grandiosas estão por vir. Neste quinto episódio da terceira temporada, percebi que o brilho foi o tópico do momento. Se analisarmos, todas as características que marcam nossos personagens foram destacadas, e mais uma vez quem rouba a cena é a secretária mais eficiente das séries. 

Já está comprovado que a presença de Donna na série é essencial. O seu romance escondido com Stephen é algo muito proveitoso em tela, ainda mais quando escondido, pois assim podemos ver uma Donna escapando das regras de Harvey para viver a sua vida. Contudo, a ruiva sabe que não tem Stephen nenhum que roubará o lugar de Harvey em sua vida. Harvey é o seu homem, e talvez ela ainda não tenha notado isso... 

Percebo isso no momento em que ela se vê obrigada a confessar o seu envolvimento com o inglês para o seu chefe, e um feeling de culpa e ciúme rola por ali. Se ninguém quer dar o braço a torcer, Donna segue com o seu caminho, mas sabemos que essa relação só amargurou ainda mais a antipatia de Harvey pela sua versão britânica. 

Por mais que Harvey e Stephen tenham tentado trabalhar juntos, percebemos que isso não funciona. É como ter duas tampas de panelas: uma não se encaixa na outra. Engana-se quem pensa que os iguais pensam do mesmo jeito, e já percebemos que não. Harvey Specter funciona com Mike Ross por usarem da cabeça e o coração juntos, e com Stephen isso não ocorre. Em um primeiro momento tudo parece funcionar. Sendo o porta-voz londrino de Edward Darby, Stephen estabelece suas regras para uma vitória sobre Cameron. É aí que percebemos o quão complexo o casso Ava Hessington é. 

Se duvidei de que as ideias de Cameron eram baseadas em uma vingança pessoal, agora tirei a prova real. É óbvio que ele ainda não engoliu o fato de que Harvey decidiu se unir à Jessica para dar uma chance ao seu futuro, e isso é notável no momento em que Cameron expõe que Sr. Specter não aprendeu nada com ele. Harvey aprendeu tudo e um pouco mais, e este é o brilho do personagem. Pensar além está na alma do nosso advogado, e as ações do mesmo sobre Gianapolous só confirmam isso. A dúvida de que Gianapolous e Cameron conspiraram entre si caiu por terra. Por mais que Stephen tenha dado passos sorrateiros, Harvey encontrou uma saída. 

Jessica vem mostrando uma vilania tão característica quanto a de Daniel. Se ele queria proteger os seus segredos atacando seus inimigos, Jessica quer o poder só para ela. A advogada que lidera a firma não consegue se ver dividindo holofotes com Edward, e qualquer ação que Harvey cometa que possa a vir favorecer o lado contrário o seu, está desregulado. Contudo, Jessica pensa, e esta é uma característica que mostra o quão onipotente ela é. Ao mesmo tempo que faz de tudo para salvar a sua reputação, ela consegue se tornar na vítima. Com o caso Ava Hessington entendemos o lado da personagem, e com as saídas que ela encontrou para a empresária, percebemos que nem sempre ela joga sujo. Se Ava agora é capaz de gerenciar sua empresa, mesmo não sendo mais a proprietária, o mérito é de Jessica. 

Uma coisa que prova o poder de Jessica em "Suits" é a sua mente. De certo modo, ela conseguiu uma vitória para Harvey, e Harvey pôde esfregar na cara de Cameron tudo isso. Mas o rancor de Cameron é tamanho que ele não abre a mão do julgamento, talvez porque saiba que Harvey odeia o sistema. Entretanto, isso é um passo de vitória, que Jessica conseguiu arquitetar, dando à Harvey um espaço na porta. Pearson Darby agora é Pearson, Darby & Specter. Harvey mereceu, mas ainda está tentando entender os movimentos de Jessica. A advogada já mostrou o seu potencial, o seu brilho, e talvez isso não seja um gesto de caridade, e sim de precaução. 

Mas o brilho não esteve presente só no arco principal da temporada. Louis provou mais uma vez a sua evolução. A guerra interna do mesmo com Nigel é algo apreciável, de muito bom tom. Tudo o que Louis tinha de melhor, a sua grosseria com os pupilos principalmente, foi jogada contra a parede. 

Com Nigel em destaque, ele não pôde exercer o seu poder, e isso só mostra o quão característico é Louis Litt. Se ele achava que era único, enganou-se. Nem a sua paixão por gatos passou despercebida por Nigel. Se lá na segunda temporada achávamos que Sheila era o par ideal de Louis, agora percebemos que na verdade Nigel é sua alma gêmea. 

Falando em alma gêmeas, tivemos mais de Mike e Rachel, que resolveram trabalhar juntos em um caso que serviu como base para a discussão sobre o futuro do casal. Se a acusada de estar envolvida no roubo de uma firma quis pisar em tudo em função do amor, porque Rachel não faria igual? Rachel ainda segue o seu sonho, e confesso que esse plot, que vem se arrastando desde o início da série, está começando a ficar saturado, mas podemos perceber que isso só deixará o amor dos dois à prova. 

Mike conseguiu conhecer seus sogros, em uma ocasião bem bacana, que mostrou o lado familiar e acolhedor da moça que tanto era especulado. Mas se Rachel quer ir para Stanford seguir seus sonhos, não sera Mike quem lhe impedirá. O brilho da moça ainda não foi totalmente encontrado, e ele precisa de uma lugar na trama. Entretanto, sinto que isso dará brecha para a decadência do casal... Katrina está dando mole por aí, e é melhor Rachel se cuidar. 

P.S.: Perdão pela review imensa, mas são episódios assim, mais tranquilos, que começam a preparar o terreno, ou seja, introduções e resoluções de várias histórias que em breve se encontrarão.
P.S.²: Soundtrack sempre impecável. Destaque para "Coffee" do Misun que enfeitou a cena de Donna e Stephen na cama e "Piano Mantra" do Mikal Cronin tocada nas cenas finais do episódio.
P.S.³: A promo do próximo episódio só me fez torcer ainda mais por Darvey. Segue aí para quem ainda não conferiu:


E vocês, o que acharam do episódio?

Viewing all articles
Browse latest Browse all 3203

Trending Articles