CONTÉM SPOILERS!
Engana-se quem pensa que só Donna demonstrou seu brilho em "Shadow of a Doubt", e engana-se também quem acha "Suits" está seguindo por uma maré baixa. É com episódios como este que percebemos a preparação do roteiro para grandes acontecimentos, afinal, o fim da primeira parte da temporada está chegando.

Já está comprovado que a presença de Donna na série é essencial. O seu romance escondido com Stephen é algo muito proveitoso em tela, ainda mais quando escondido, pois assim podemos ver uma Donna escapando das regras de Harvey para viver a sua vida. Contudo, a ruiva sabe que não tem Stephen nenhum que roubará o lugar de Harvey em sua vida. Harvey é o seu homem, e talvez ela ainda não tenha notado isso...

Por mais que Harvey e Stephen tenham tentado trabalhar juntos, percebemos que isso não funciona. É como ter duas tampas de panelas: uma não se encaixa na outra. Engana-se quem pensa que os iguais pensam do mesmo jeito, e já percebemos que não. Harvey Specter funciona com Mike Ross por usarem da cabeça e o coração juntos, e com Stephen isso não ocorre. Em um primeiro momento tudo parece funcionar. Sendo o porta-voz londrino de Edward Darby, Stephen estabelece suas regras para uma vitória sobre Cameron. É aí que percebemos o quão complexo o casso Ava Hessington é.
Se duvidei de que as ideias de Cameron eram baseadas em uma vingança pessoal, agora tirei a prova real. É óbvio que ele ainda não engoliu o fato de que Harvey decidiu se unir à Jessica para dar uma chance ao seu futuro, e isso é notável no momento em que Cameron expõe que Sr. Specter não aprendeu nada com ele. Harvey aprendeu tudo e um pouco mais, e este é o brilho do personagem. Pensar além está na alma do nosso advogado, e as ações do mesmo sobre Gianapolous só confirmam isso. A dúvida de que Gianapolous e Cameron conspiraram entre si caiu por terra. Por mais que Stephen tenha dado passos sorrateiros, Harvey encontrou uma saída.

Uma coisa que prova o poder de Jessica em "Suits" é a sua mente. De certo modo, ela conseguiu uma vitória para Harvey, e Harvey pôde esfregar na cara de Cameron tudo isso. Mas o rancor de Cameron é tamanho que ele não abre a mão do julgamento, talvez porque saiba que Harvey odeia o sistema. Entretanto, isso é um passo de vitória, que Jessica conseguiu arquitetar, dando à Harvey um espaço na porta. Pearson Darby agora é Pearson, Darby & Specter. Harvey mereceu, mas ainda está tentando entender os movimentos de Jessica. A advogada já mostrou o seu potencial, o seu brilho, e talvez isso não seja um gesto de caridade, e sim de precaução.

Com Nigel em destaque, ele não pôde exercer o seu poder, e isso só mostra o quão característico é Louis Litt. Se ele achava que era único, enganou-se. Nem a sua paixão por gatos passou despercebida por Nigel. Se lá na segunda temporada achávamos que Sheila era o par ideal de Louis, agora percebemos que na verdade Nigel é sua alma gêmea.
Falando em alma gêmeas, tivemos mais de Mike e Rachel, que resolveram trabalhar juntos em um caso que serviu como base para a discussão sobre o futuro do casal. Se a acusada de estar envolvida no roubo de uma firma quis pisar em tudo em função do amor, porque Rachel não faria igual? Rachel ainda segue o seu sonho, e confesso que esse plot, que vem se arrastando desde o início da série, está começando a ficar saturado, mas podemos perceber que isso só deixará o amor dos dois à prova.
Mike conseguiu conhecer seus sogros, em uma ocasião bem bacana, que mostrou o lado familiar e acolhedor da moça que tanto era especulado. Mas se Rachel quer ir para Stanford seguir seus sonhos, não sera Mike quem lhe impedirá. O brilho da moça ainda não foi totalmente encontrado, e ele precisa de uma lugar na trama. Entretanto, sinto que isso dará brecha para a decadência do casal... Katrina está dando mole por aí, e é melhor Rachel se cuidar.
P.S.: Perdão pela review imensa, mas são episódios assim, mais tranquilos, que começam a preparar o terreno, ou seja, introduções e resoluções de várias histórias que em breve se encontrarão.
P.S.²: Soundtrack sempre impecável. Destaque para "Coffee" do Misun que enfeitou a cena de Donna e Stephen na cama e "Piano Mantra" do Mikal Cronin tocada nas cenas finais do episódio.
P.S.³: A promo do próximo episódio só me fez torcer ainda mais por Darvey. Segue aí para quem ainda não conferiu:
E vocês, o que acharam do episódio?