"The game is never over, John." - Sherlock Holmes.
Cuidado, spoilers!
Primeiramente, deixa eu pegar um ar pra começar a falar sobre esse episódio maravilhoso. Eu duvido que vocês cansem de ler elogios pra série e eu não canso de fazê-los. Se tem algo genial na TV atual é a série produzia pela BBC. Roteiro, figurino, maquiagem, fotografia, produção, atuações, direção... Tudo é tão impecável que eu não consigo imaginar a vida de ninguém sem essa preciosidade.
Como eu disse na review anterior, estava certa sobre CAM ser Charles Augustus Magnussem e também ser o grande vilão que a temporada prometia. Ainda não sabemos de fato qual a relação de Magnussem com Mary, e eu duvido que iremos saber tão logo, já que John queimou o pen drive com as informações sobre o passado da esposa e Magnussem está morto. Mas já já a gente chega nesses momentos.
Preciso comentar o alívio cômico do início do episódio com Sherlock trabalhando disfarçado num prédio cheio de viciados. Achei ótimo terem trazido a lógica do vício de Mr. Holmes à tona, que parecia ter sido deixado de lado um pouco. Fato é que Sherlock ainda faz um novo amigo por lá, Bill. E quem não imaginou Sherlock sendo um mentor para o menino? É bacana ver que a série traz temas densos e histórias bem intensas, mas ao mesmo tempo, não é assim que ela quer lidar com isso o tempo todo. "Seriedade demais cansa", já diria meu pai.
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E, como é de costume fazer quando um ente querido está com problemas, Sherlock também tem sua intervenção feita.
Um soco de Watson e as ordens de Mycroft para Anderson procurar por drogas no flat da 221 Baker Street é como descobrimos que Sherlock está trabalhando para pegar CAM. Aliás, Lady Smallwood, foi quem pediu, em primeiro lugar a ajuda de Sherlock nesse caso. E, chegou o fim do episódio e eu não consegui imaginar que segredos Smallwood tinha ou porque ela não interviu na situação de Sherlock.
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Magnussem é um homem estranho, mas sério. Ele não é muito de brincadeiras e sua excentricidade não beira as extravagâncias que Moriarty fez, por exemplo. Charles é um verdadeiro computador. Ele tem sua memória como maior trunfo e arma.
"Invadindo" o flat de Sherlock com seus homens, ele fez xixi na lareira, ameaçou e analisou a vida de Holmes, inclusive fazendo uma citação inesperada. Sherlock achou que os óculos continham algum dispositivo que ajudasse CAM a ler as pessoas, mas na verdade, o grande truque dele era a mente. E, convenhamos, eu já tinha sacado isso nessa primeira cena.
Sherl arrumou uma namorada! Não era Molly e todos nós sabíamos que aquilo ali tinha algo por trás. Janine tinha terminado o episódio passado dançando no casamento com o nerd feio e Sherlock saiu mais cedo. Era óbvio que um sociopata como Holmes não se entregaria de tal forma num relacionamento.
Mesmo assim foi bom vê-lo humano, não? E quem não invejou Janine entrando no chuveiro com Sherlock? Mas ainda assim, foi Watson quem roubou essa sequência de cenas pela cara de incredulidade que dominava sua face. Afinal, quem mais poderia visualizar Sherlock Holmes com uma namorada? rs.
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E o plano de Sherlock não poderia ser mais genial, apesar de cruel. Apostar no erro humano foi realmente brilhante, porque nós somos realmente passíveis ao erro, principalmente quando sentimentos são colocados na balança.
O que Sherlock não imaginaria - o grande boom - o twist que estaria por vir. Ao invadir o escritório de Magnussem, Mary estava ali prestes a matá-lo. E, ao tentar fazê-la desistir de cometer um homicídio, Sherlock acaba sendo atingindo. Ok, eu já tinha matado que era Mary quem estava no escritório logo que foi citado o perfume e Watson diz que é o mesmo de sua esposa. Mas quem iria imaginar que a senhora Watson atiraria no melhor amigo de seu marido? Isso foi realmente surpreendente e mostra como nada nessa história é previsível por completo.
Vocês devem ficar irritados de toda hora eu citar os livros, mas é meio impossível dadas as circunstâncias, já que falar sobre eles somente engrandece o trabalho que Moffat e Graffin vem fazendo com a série.
Nos livros, Sherlock fala sobre o que é importante guardar em sua memória. Como organizar sua mente como um arquivo e somente se focar nas coisas que importam, e desfazer-se daquilo que só servirá para preencher um espaço importante na sua mente.
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Em
"His Last Vow", tivemos uma pequena mostra daquilo que tem guardado na mente brilhante de Sherlock Holmes. Quando Mary atira nele, somos levados a um passeio em seu raciocínio e em suas memórias. Conhecemos seu cachorrinho Barba Ruiva, vemos também como Sherlock era quando mais novo, e pudemos ver Molly e Mycroft orientando Sherlock a lutar contra a morte. E, no ponto mais obscuro de sua mente, quem estava? Sim, ele mesmo! Jim Moriarty. Não só porque Moriarty perturbou muito nosso detetive, mas, acredito que, no fundo de sua consciência, Sherlock saiba que seu maior inimigo não morreu, simplesmente está preso em sua própria insanidade, preparando um novo plano para acabar com Holmes.
Sherlock acorda e começa um jogo com Mary, porque obviamente ele acredita que há um fundamento para os atos dela. Ao invés de contar a John, ele arma toda uma cena - no maior estilo Moriarty - para fazê-la confessar.
Mary está sim apaixonada por John, mas há coisas sobre seu passado que a fazem acabar tornando-se cliente da dupla Holmes e Watson. Um prêmio para essa cena, que foi simplesmente brilhante. Watson chutando a cadeira, Mrs. Hudson gritando, Sherlock discursando a favor de Mary e ela simplesmente estática. Tudo foi muito perfeito e elejo essa como minha cena preferida da temporada.
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Mary deu o
pen drive com suas informações. Só sabemos que as iniciais de seu nome verdadeiro são A.G.R.A. e que ela já trabalhou com a CIA. Penso se CAM fazia parte de algum trabalho seu ou era simplesmente por medo que ela estava atrás dele. Que tipo de informações ele teria sobre ela?
As respostas poderiam ter vindo e esse ciclo estaria fechado, mas a série prova-se brilhante mais uma vez ao deixar uma brecha para o assunto ser abordado novamente, já que, Sherlock em seu plano acaba matando CAM para proteger os segredos de Mary e Watson queimou o pen drive antes de averiguar as informações que ele continha. A sequência do plano de Sherlock foi ótima. Rápida, dinâmica, com muita informação sobre pouco tempo, pudemos acompanhar os raciocínios das duas mentes brilhantes ali.
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Mas o que achei mais sensacional nisso tudo foi a contraposição das duas versões de Sherlock. A criança e o adulto. Aos olhos incrédulos de Mycroft, era seu pequeno irmãozinho quem acabara de atirar numa pessoa, a sangue frio.
Sherlock mais uma vez provou ser altruísta ao abrir mão de tudo pela felicidade de John. Mycroft acredita que nenhuma prisão conseguiria dar um jeito em seu irmão, e o Serviço Secreto resolve mandá-lo para longe. A despedida dele de Mary e John me emocionou. É muito bom ver a interação entre os personagens e a química que os atores mostram nas telas.
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Como resultado de todo o seu ato, ele seria mandado de volta para a Europa Oriental numa missão praticamente suicida. Seira porque, uma onda pegou a Inglaterra de surpresa.
Watson: The game is over, Sherlock.
Holmes: The game is never over, John.
Mal sabia Sherlock que ele estava certo em suas palavras antes de entrar no avião e em quatro minutos ele recebe a ligação de Mycroft pedindo-o para voltar, já que a grande surpresa foi: Moriarty is back, bitches! Ok, nem foi uma surpresa assim para nós, mas isso é um indício de que a próxima temporada virá fervendo! E quem não adorou a cena extra depois dos créditos com um close no próprio Jim perguntando: "Did you miss me?"? E eu respondo: Sentimos sim!
Mas infelizmente nosso dilema de todo sempre voltou: Tivemos uma temporada simplesmente incrível e impecável, com direito a, inclusive, um especial de Natal, mas agora resta pra nós somente sentar, esperar e rever tudo o que passamos até agora pra nos prepararmos pra próxima temporada. E vamos rezar pra que não demore dois anos pra ela chegar até nós, não é? Mas fiquem ligados porque na semana que vem sai um texto especial com um balanço desse terceiro ano de Sherlock.
"I do, Sherlock."
Elementary, my dear Watson:
1. "William Sherlock Scott Holmes", eu colocaria o nome do meu filho assim, mas com Junior no final, porque o pai, né... rs.
2. Sim, eu chorei nesse episódio em alguns momentos. Me julguem!
3. Amo cachorros e amei tanto a cena de Sherlock com o Barba Ruiva.
4. Watson sempre tão fofo! Olha ele querendo escolher o nome do bebê, rs.
5. "Solve me a case, Sherlock Holmes." - Janine.
6. Contei 8 esconderijos de Sherlock. Até Anderson sabia de um, e não é que era o certo? rs.
7. Sherlock comendo num restaurante com trajes médicos. Como não rir?
8. Sherlock caindo com o tiro: Cena digna de Matrix. Muito bem feita.
9. Molly está na consciência de Sherlock, gente. Isso é um ponto positivo para os shippers do casal.
10. Desculpem o tamanho da review, mas vocês notaram como eu me empolgo falando sobre a série, né?
E vocês, o que acharam da season finale? Quais são as expectativas para a próxima temporada? Já estão contando os dias pra chegar o próximo episódio? Comentem conosco!