À procura da redenção.
CONTÉM SPOILERS!
É fato incontroverso que a maioria das temporadas finais das séries buscam a redenção por qualquer erro cometido ao longo de sua história. Creio que seja impossível existir algum show que nunca falhou e que nunca pisou em ovos para atingir o desenvolvimento desejado. Downton Abbey, por mais única que seja, pecou algumas vezes, porém, em seus últimos suspiros, nos surpreende com uma trama concreta, nos remetendo aos seus tempos de glória. Se a essência estava perdida, voilá, temos o que tanto queríamos de volta.
Talvez o maior exemplo de tudo isso esteja nos andares de baixo. Venho salientando a presença um tanto quanto inconveniente de Thomas Barrow em todos os arcos, contudo, o personagem sempre foi importante por denotar que a maldade independe de classe social ou orientação sexual. Porém, com o passar do tempo, restou demonstrado que o comportamento de Thomas é oriundo de uma incompreensão.
O rapaz sempre foi visto como diferente por não seguir os padrões comportamentais da época, e por isso ele é tão único. Mr. Barrow é incompreendido pelas suas próprias características, e parece que ele percebeu isso, afinal, está buscando sua própria redenção. As suas intenções para com Andrew me parecem genuínas o suficiente. Estávamos acostumados com alguém sedento pela lascívia, mas creio que a ajuda que ele dará ao rapaz na leitura será o suficiente para ele perceber que é possível fazer o bem sem querer algo em troca.
A mudança na dinâmica dos personagens é algo bem conveniente nesta final season. Ora, temos uma gama de indivíduos acostumados com a vida aristocrata, e viver de maneira distinta do costumeiro era a novidade. Downton Abbey sempre trabalhou muito bem com esse avanço social, contudo, tal mudança era mais corriqueira nos andares de cima. Dentro da cozinha, a modernidade os atinge por ricochete. Desde que Mr. Carson e Mrs. Hughes firmaram núpcias, pudemos ver claramente como isso os atingiu. Quem diria que outrora isso aconteceria?
O mais legal ainda é perceber que temos uma via de mão dupla, na qual eles buscam o convívio diário que destoa de tudo o que eles estavam acostumados, a começar pelos rituais de jantar, por exemplo. Toda a intenção de Mrs. Hughes foi muito bem vista, me fazendo aumentar cada vez mais a simpatia pela governanta. A sua química com o mordomo é tamanha que não é necessária a casa grande para asseverar isso. Por mais que ela tivesse intenções de agradar seu marido, não foi eficaz, pois a sua comida não estava lá essas coisas... Essas tiradas de humor da série são sempre bem vindas. Eu me divirto!
Todo o envolvimento entre funcionários é algo bem pertinente e que vem sendo trabalhada desde os primórdios. Digo isso pois o romance de Anna e Bates surgiu nos primórdios da série e permanece em pé até hoje, sem maiores dramas, ainda bem. E quem disse que o amor não pode surgir no último ato? A relação de amizade entre Mr. Molesley e Mrs. Baxter vem sendo muito proveitosa pois denota como uma amizade pode ser cultivada até se tornar em algo maior. O plot que envolve Baxter é bem bacana, especialmente por tratar de sua fragilidade, e o companheirismo de Molesly se faz ideal nesse momento.
Mais uma vez, o amor não tem idade. Tudo bem, posso estar vendo coisas demais, mas foi impossível não perceber uma chama envolvendo Mrs. Patmore e Mr. Mason. A cozinheira é uma das personagens mais interessantes, haja vista ter passado poucas e boas em Downton mas sem titubear. Ela merecia uma amizade, não necessariamente um romance, e Mr. Mason sozinho ali, com seus porquinhos e uma fazendinha nova, se faria muito conveniente para o futuro da personagem.
O futuro dos personagens é bem questionável e bem esperado. Mary é uma personagem difícil mas que vem sofrendo poucas e boas desde o começo. Ela precisa, nessa reta final, se redimir de todos os seus erros e buscar a salvação. Por mais complicada que a personagem seja, ela tem o direito de encontrar a felicidade, e parece que ter um romance é a saída. A questão que envolve Mr. Henry Talbot, todavia, não me parece muito cabível. Não há muita química (ou simpatia pelos dois, por mim) a não ser o interesse mútuo na futilidade, convenhamos. Porém, sinto que o roteiro de Downton Abbey está buscando uma forma de fazer Mary flertar com seu cunhado, Tom. Não me parece errado, afinal, ambos sofreram com as mortes de seus cônjuges, e a série sempre busca relembrar disso. Sabe que eu aprovaria?
Uma storyline que vem sendo muito bem executada é a de Lady Edith Crawley. A irmã do meio é uma personagem que, ao passar dos tempos, conseguiu se redimir de todos os seus pecados de maneira muito surpreendente. Da irmã megera, Edith se tornou a irmã mais competente. Não que Mary seja uma inútil, longe disso, mas a visão de Edith de abraçar o poder feminino, encabeçando o editorial de uma revista, é uma situação que merece destaque. A personagem, nos últimos anos, sofreu muito em razão de seus erros, e aqui, nos momentos finais, merece um encerramento digno, o que está sendo muito bem trabalhado. Nada como um novo amor para trazer vitalidade... Ah, o amor!
A trama que envolve a modernização do hospital de Yorkshire é o que vem movimentando a trama nos andares de cima de Downton, porém, vem afetando à todos, inclusive os lacaios de Lady Violet, haja vista a represália feita ao Dr. Clarkson pela Mrs. Danker. Violet pode não ter gostado nada disso, afinal, o médico está mudando de lado pelos convencimentos de Isobel, e Danke somente defendeu a sua patroa. A situação que englobou a sua possível demissão foi bem ágil e demonstrou uma certa ingratidão por parte de Lady Grantham, digna de seu tradicionalismo extremo.
Aliás, toda a questão da divergência que assola as mulheres Crawley sobre o hospital mostra o caráter de cada personagem. Violet, obviamente, não poderia perder o embalo e deixar de alfinetar sua nora da maneira mais direta possível: convidando o Ministro da Saúde para um jantar em Downton. Tudo é muito oportuno para a Condessa, contudo, na atual situação do Condado, suas intenções não parecem ser as melhores. É evidente que o Ministro quer um avanço médico, especialmente para a cidade, e ele não está errado.
Venho dizendo que as dores de Robert seriam as percursoras no deslinde da demanda, e isso, de certa forma, me preocupa. Downton Abbey já demonstrou ser impiedosa, e eliminar o patriarca da família seria conveniente para com as histórias dos personagens colaterais. Entretanto, creio que seria trágico demais, pois acarretaria em uma culpa imensa à família. A explosão da úlcera de Robert, ao meu ver, será o ponto de impacto para que o plot do hospital ande, afinal, se tivéssemos algo mais perto e mais eficiente, our Lord não precisaria esperar tanto por um socorro.
Com muito potencial, o final da série está chegando. Ficamos apreensivos pelas conclusões haja vista termos tantas histórias em aberto, especialmente a doença de Robert que pode parecer tão inofensiva, porém, tem a possibilidade de um twist enorme. Quem lembra da morte de Sybil e Matthew sabe como Downton Abbey pode ser ardilosa. Nos resta saber quais outros segredos serão expostos, especialmente agora que todos (Lady Mary, cof cof) estão com os ouvidos abertos para novas fofocas.
Talvez o maior exemplo de tudo isso esteja nos andares de baixo. Venho salientando a presença um tanto quanto inconveniente de Thomas Barrow em todos os arcos, contudo, o personagem sempre foi importante por denotar que a maldade independe de classe social ou orientação sexual. Porém, com o passar do tempo, restou demonstrado que o comportamento de Thomas é oriundo de uma incompreensão.

A mudança na dinâmica dos personagens é algo bem conveniente nesta final season. Ora, temos uma gama de indivíduos acostumados com a vida aristocrata, e viver de maneira distinta do costumeiro era a novidade. Downton Abbey sempre trabalhou muito bem com esse avanço social, contudo, tal mudança era mais corriqueira nos andares de cima. Dentro da cozinha, a modernidade os atinge por ricochete. Desde que Mr. Carson e Mrs. Hughes firmaram núpcias, pudemos ver claramente como isso os atingiu. Quem diria que outrora isso aconteceria?
O mais legal ainda é perceber que temos uma via de mão dupla, na qual eles buscam o convívio diário que destoa de tudo o que eles estavam acostumados, a começar pelos rituais de jantar, por exemplo. Toda a intenção de Mrs. Hughes foi muito bem vista, me fazendo aumentar cada vez mais a simpatia pela governanta. A sua química com o mordomo é tamanha que não é necessária a casa grande para asseverar isso. Por mais que ela tivesse intenções de agradar seu marido, não foi eficaz, pois a sua comida não estava lá essas coisas... Essas tiradas de humor da série são sempre bem vindas. Eu me divirto!

Mais uma vez, o amor não tem idade. Tudo bem, posso estar vendo coisas demais, mas foi impossível não perceber uma chama envolvendo Mrs. Patmore e Mr. Mason. A cozinheira é uma das personagens mais interessantes, haja vista ter passado poucas e boas em Downton mas sem titubear. Ela merecia uma amizade, não necessariamente um romance, e Mr. Mason sozinho ali, com seus porquinhos e uma fazendinha nova, se faria muito conveniente para o futuro da personagem.
O futuro dos personagens é bem questionável e bem esperado. Mary é uma personagem difícil mas que vem sofrendo poucas e boas desde o começo. Ela precisa, nessa reta final, se redimir de todos os seus erros e buscar a salvação. Por mais complicada que a personagem seja, ela tem o direito de encontrar a felicidade, e parece que ter um romance é a saída. A questão que envolve Mr. Henry Talbot, todavia, não me parece muito cabível. Não há muita química (ou simpatia pelos dois, por mim) a não ser o interesse mútuo na futilidade, convenhamos. Porém, sinto que o roteiro de Downton Abbey está buscando uma forma de fazer Mary flertar com seu cunhado, Tom. Não me parece errado, afinal, ambos sofreram com as mortes de seus cônjuges, e a série sempre busca relembrar disso. Sabe que eu aprovaria?

A trama que envolve a modernização do hospital de Yorkshire é o que vem movimentando a trama nos andares de cima de Downton, porém, vem afetando à todos, inclusive os lacaios de Lady Violet, haja vista a represália feita ao Dr. Clarkson pela Mrs. Danker. Violet pode não ter gostado nada disso, afinal, o médico está mudando de lado pelos convencimentos de Isobel, e Danke somente defendeu a sua patroa. A situação que englobou a sua possível demissão foi bem ágil e demonstrou uma certa ingratidão por parte de Lady Grantham, digna de seu tradicionalismo extremo.
Aliás, toda a questão da divergência que assola as mulheres Crawley sobre o hospital mostra o caráter de cada personagem. Violet, obviamente, não poderia perder o embalo e deixar de alfinetar sua nora da maneira mais direta possível: convidando o Ministro da Saúde para um jantar em Downton. Tudo é muito oportuno para a Condessa, contudo, na atual situação do Condado, suas intenções não parecem ser as melhores. É evidente que o Ministro quer um avanço médico, especialmente para a cidade, e ele não está errado.

Com muito potencial, o final da série está chegando. Ficamos apreensivos pelas conclusões haja vista termos tantas histórias em aberto, especialmente a doença de Robert que pode parecer tão inofensiva, porém, tem a possibilidade de um twist enorme. Quem lembra da morte de Sybil e Matthew sabe como Downton Abbey pode ser ardilosa. Nos resta saber quais outros segredos serão expostos, especialmente agora que todos (Lady Mary, cof cof) estão com os ouvidos abertos para novas fofocas.
E vocês, o que acharam do episódio?